Considerando a saúde do trabalhador uma das atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde (APS) e a Estratégia Saúde da Família (ESF) assumem papel importante no desenvolvimento de ações no campo saúde-trabalho. No Brasil, como é grande o número de trabalhos informais e domiciliados, a ESF se torna referência nas ações de saúde do trabalhador. Assim, se a ESF não estiver atenta à relação entre atividade profissional e o adoecimento, várias doenças que acometem os trabalhadores podem sobrecarregar o sistema sem a obtenção de cura. O objetivo deste estudo foi avaliar o reconhecimento de médicos e enfermeiros da Estratégia Saúde da Família de Aparecida de Goiânia sobre doenças ocupacionais. Trata-se de um estudo qualitativo descritivo, a análise dos dados foi feita pela análise de conteúdo. O cenário deste estudo constitui-se das unidades de ESF do município de Aparecida de Goiânia, Goiás. Foram 8 Unidades Básicas de Saúde selecionadas e 16 profissionais de saúde entrevistados. Os dados foram coletados nos respectivos locais de trabalho dos participantes da entrevista, nos meses de fevereiro a abril de 2013, após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Os discursos foram analisados de acordo com Minayo (2007), utilizando a análise temática. As entrevistas foram gravadas e posteriormente, transcritas para sua análise. Dos 16 profissionais entrevistados, observamos que somente 3 (18,75%) passaram por capacitação profissional em saúde do trabalhador na Instituição, porém os cursos eram voltados para situações de riscos biológicos e não para o atendimento ao trabalhador. Os profissionais relataram falta de conhecimento na área de saúde do trabalhador, observaram o quanto a área ainda é desvalorizada e pouco explorada no meio acadêmico, profissional e até mesmo pela gestão de saúde do município. Na avaliação da formação acadêmica é possível observar a inadequação da carga horária da disciplina, onde os profissionais relataram o pouco conhecimento na área, a baixa carga horária da disciplina na área acadêmica. Conclusão: Observa-se a necessidade de despertar o interesse dos gestores de saúde do município e dos profissionais, médicos e enfermeiros, para as relações trabalho-saúde-doença e a necessidade de capacitação desses profissionais para o melhor atendimento ao trabalhador.
Considering the worker’s health one of the Unified Health System (SUS) tasks, the Primary Health Care (PHC) and the Family Health Strategy (FHS) play an important role in the development of health actions in the field health-work. In Brazil, where the number of informal and domiciled jobs is high, the FHS becomes a reference in the workers’ health actions. Therefore, if the FHS is not attentive to the relation between professional occupation and disease, several diseases that affect workers can overload the system without obtaining a cure. The aim of this study is to evaluate doctors and nurses recognition of the Family Health Strategy on occupational diseases in Aparecida de Goiânia. This is a qualitative descriptive study and the data analysis was done by content analysis. The setting for this study contemplates FHS units in the municipality of Aparecida de Goiânia, Goiás. There were 8 Basic Health Units and 16 health professionals were interviewed. The data was collected in the participants of the interview workplaces, from February through April, 2013, after being approved by the Ethics and Research Committee. The discourses were analyzed according to Minayo (2007), using thematic analysis. The interviews were recorded and later transcribed for analysis. Among the 16 professionals interviewed we observed that only 3 (18.75%) received professional training on occupational health in their Institution, however the aim of the courses were towards situations of biological hazards and not about workers care. Practitioners reported lack of knowledge in the occupational health area, and also observed that the area is still undervalued and underexplored in the academic and professional fields, and even by the Municipality health management. Evaluating the academic education it is possible to observe the inadequacy of the subject workload, where professionals reported the lack of knowledge in the area and the low workload of the subject in the academic field. Conclusion: There is a need to raise awareness and interest of the municipality health managers and the health professionals, doctors and nurses, towards the relations work-health-disease and the need to capacitate these professionals, in order to assist the workers in a better way.
Considerando la salud del trabajador una de las atribuciones del Sistema Único de Salud (SUS), la Atención Primaria a la Salud (APS) y la Estrategia Salud de la Familia (ESF) asumen papel importante en el desarrollo de acciones en el campo salud- trabajo. En Brasil, como es grande el número de trabajadores informales y domiciliados, la ESF se convierte en referencia en las acciones de salud del trabajador. Por lo tanto, si el ESF no es consciente de la relación entre actividad profesional y la enfermedad, varias de ellas, las enfermedades, afectarán a los trabajadores y podrán sobrecargar el sistema sin obtener cura. El objetivo de este estudio fue evaluar el reconocimiento de médicos y enfermeros de la Estrategia Salud de la Familia de Aparecida de Goiânia sobre enfermedades ocupacionales. Trátase de um estudio cualitativo descriptivo, el análisis de los datos se hizo mediante el análisis del contenido. El escenario de este estudio consta de las unidades de ESF del municipio de Aparecida de Goiânia, Goiás. Fueron 8 unidades Básicas de Salud seleccionadas y 16 profesionales de salud encuestados. Los datos fueron recogidos en sus respectivos lugares de trabajo de los participantes de la encuesta, en los meses de febrero a abril de 2013, después de la aprobación por el Comité de Ética e Investigación. Los discursos se analizaron según Minayo (2007), utilizando el análisis temático. Las encuestas fueron grabadas y posteriormente, transcriptas para su análisis. De los 16 profesionales encuestados, observamos que sólo 3 (18.75%) han recibido entrenamiento profesional en salud del trabajador en la Institución, pero los cursos se centraban para situaciones de riesgos biológicos y no para el atendimiento al trabajador. Los profesionales informaron falta de conocimiento en el área de salud del trabajador, observaron cómo el área está aún desvalorado y poco explotado en medio académico, profesional y hasta mismo por la gestión de salud del municipio. En la evaluación de la formación académica es posible observar la inadecuación de la carga horaria de la asignatura, donde los profesionales relataron poco conocimiento en el área, la baja carga horaria de la asignatura en el espacio académico. Conclusión: Obsérvase la necesidad de despertar el interés de gestores de salud del municipio y de los profesionales, médicos y enfermeros, para las relaciones trabajo-salud-enfermedad y la necesidad de formación de esos profesionales para el mejor atendimiento al trabajor.