OBJETIVO: Analisar a viabilidade da testagem rápida para o HIV entre gestantes na admissão à maternidade e de intervenções para reduzir a transmissão perinatal do HIV. MÉTODOS: Amostra de conveniência de mulheres que desconheciam sua situação sorológica para o HIV quando admitidas para o parto em maternidades públicas do Rio de Janeiro, RJ, e de Porto Alegre, RS, entre março de 2000 e abril de 2002. As mulheres foram aconselhadas e testadas com teste rápido Determine HIV1/2 na maternidade. Infecção pelo HIV foi confirmada pelo algoritmo brasileiro para o diagnóstico da infecção pelo HIV. A transmissão intra-útero foi determinada pelo PCR-DNA-HIV. Foram realizadas análises descritivas dos dados sociodemográficos, número de gestações e de abortos prévios, número de visitas de pré-natal, momento da testagem para o HIV, resultado do teste rápido para o HIV, intervenções recebidas pelos recém-natos e de transmissão vertical do HIV, de acordo com cada cidade. RESULTADOS: A prevalência de HIV entre as mulheres foi 6,5% (N=1.439) em Porto Alegre e 1,3% (N=3.778) no Rio de Janeiro. A maioria foi testada durante o trabalho de parto em Porto Alegre e no pós-parto, no Rio de Janeiro. Cento e quarenta e quatro crianças nasceram de 143 mulheres infectadas pelo HIV. Todos os recém-natos receberam ao menos a profilaxia com zidovudina oral, exceto um em cada cidade. Foi possível evitar qualquer exposição ao leite materno em 96,8% e 51,1% dos recém-natos em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, respectivamente. A zidovudina injetável foi administrada durante o trabalho de parto para 68,8% dos recém-natos em Porto Alegre e 27,7% no Rio de Janeiro. Entre aqueles com amostras de sangue coletadas até 48 horas do nascimento, a transmissão intra-útero foi confirmada em quatro casos no Rio de Janeiro (4/47) e em seis casos em Porto Alegre (6/79). CONCLUSÕES: A estratégia mostrou-se factível nas maternidades do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Esforços devem ser empreendidos para maximizar a testagem durante o trabalho de parto. Forte suporte social precisa ser acoplado a essa estratégia para garantir o acesso dessa população ao sistema de saúde após a alta da maternidade.
OBJECTIVE: To assess the feasibility of HIV rapid testing for pregnant women at maternity hospital admission and of subsequent interventions to reduce perinatal HIV transmission. METHODS: Study based on a convenience sample of women unaware of their HIV serostatus when they were admitted to delivery in public maternity hospitals in Rio de Janeiro and Porto Alegre, Brazil, between March 2000 and April 2002. Women were counseled and tested using the Determine HIV1/2 Rapid Test. HIV infection was confirmed using the Brazilian algorithm for HIV infection diagnosis. In utero transmission of HIV was determined using HIV-DNA-PCR. There were performed descriptive analyses of sociodemographic data, number of previous pregnancies and abortions, number of prenatal care visits, timing of HIV testing, HIV rapid test result, neonatal and mother-to-child transmission interventions, by city studied. RESULTS: HIV prevalence in women was 6.5% (N=1,439) in Porto Alegre and 1.3% (N=3.778) in Rio de Janeiro. In Porto Alegre most of women were tested during labor (88.7%), while in Rio de Janeiro most were tested in the postpartum (67.5%). One hundred and forty-four infants were born to 143 HIV-infected women. All newborns but one in each city received at least prophylaxis with oral zidovudine. It was possible to completely avoid newborn exposure to breast milk in 96.8% and 51.1% of the cases in Porto Alegre and Rio de Janeiro, respectively. Injectable intravenous zidovudine was administered during labor to 68.8% and 27.7% newborns in Porto Alegre and Rio de Janeiro, respectively. Among those from whom blood samples were collected within 48 hours of birth, in utero transmission of HIV was confirmed in 4 cases in Rio de Janeiro (4/47) and 6 cases in Porto Alegre (6/79). CONCLUSIONS: The strategy proved feasible in maternity hospitals in Rio de Janeiro and Porto Alegre. Efforts must be taken to maximize HIV testing during labor. There is a need of strong social support to provide this population access to health care services after hospital discharge.
OBJETIVO: Analizar la viabilidad de evaluación rápida del HIV entre gestantes en la admisión en la maternidad y de intervenciones para reducir la transmisión perinatal del HIV. MÉTODOS: Muestra de conveniencia de mujeres que desconocían su situación serológica para el HIV al ser admitidas para el parto en maternidades públicas de Rio de Janeiro (Sureste) y de Porto alegre (Sur de Brasil), entre marzo de 2000 y abril de 2002. Las mujeres fueron aconsejadas y evaluadas con prueba rápida Determine HIV1/2 en la maternidad. Infección por el HIV fue confirmada por el algoritmo brasilero para el diagnóstico de la infección por el HIV. La transmisión intra- útero fue determinada por el PCR-DNA-HIV. Fueron realizados análisis descriptivos de los datos sociodemográficos, número de gestaciones y de abortos previos, número de visitas de prenatal, momento de la evaluación para el HIV, resultado de la prueba rápida para el HIV, intervenciones recibidas por los recién nacidos y de transmisión vertical del HIV, de acuerdo con cada ciudad. RESULTADOS: La prevalencia de HIV entre las mujeres fue de 6,5% (N=1.439) en Porto Alegre y 1,3% (N=3,778) en Rio de Janeiro. La mayoría fue evaluada durante el trabajo de parto en Porto Alegre y en el postparto, en Rio de Janeiro. Ciento y cuarenta y cuatro niños nacieron de 143 mujeres infectadas por el HIV. Todos los recién nacidos recibieron al menos la profilaxia con zidovudina oral, excepto uno en cada ciudad. Fue posible evitar cualquier exposición a la leche materna en 96,8% y 51,1% de los recién nacidos en Porto Alegre y en Rio de Janeiro, respectivamente. La zidovudina inyectable fue administrada durante el trabajo de parto a 68,8% de los recién nacidos en Porto Alegre y 27,7% en Rio de Janeiro. Entre aquellos con muestras de sangre colectadas hasta 48 horas de nacimiento, la transmisión intra-útero fue confirmada en cuatro casos en Rio de Janeiro (4/47) y en seis casos en Porto Alegre (6/79). CONCLUSIONES: La estrategia se mostró factible en las maternidades de Rio de Janeiro y de Porto Alegre. Esfuerzos deben ser emprendidos para maximizar la evaluación durante el trabajo de parto. Fuerte soporte social precisa ser acoplado a esa estrategia para garantizar el acceso de dicha población al sistema de salud posterior a ser dado de alta de la maternidad.