OBJETIVO: Os autores apresentam a experiência no tratamento laparoscópico do cisto hepático não parasitário. MÉTODOS: No período de maio de 2003 a agosto de 2006, treze pacientes com cisto hepático não parasitário foram submetidos a tratamento com fenestração laparoscópica. Havia dois pacientes do sexo masculino (15,4%) e onze do sexo feminino (84,6%), com idade média no momento do diagnóstico de 48,3 anos (variação de 35 a 72 anos). A maioria dos pacientes apresentava dor e desconforto abdominal, dispepsia e saciedade precoce ao diagnóstico. A tomografia computdorizada do abdome foi realizada em todos os pacientes e o cisto solitário diagnosticado em onze pacientes (84,6%) e doença policística em dois pacientes (15,4%). O tamanho médio do cisto solitário era 11,3 cm (variação de 9,5 a 17 cm) e doença policística era 10,6 cm (um paciente com o maior cisto de 9,2 cm e o outro com 12,1 cm). A cirurgia foi indicada devido a todos os pacientes se apresentarem sintomáticos e a técnica utilizada foi a fenestração laparoscópica. RESULTADOS: O procedimento de fenestração laparoscópica foi realizado com êxito em todos os pacientes. O tempo operatório médio foi de 85 min (variação de 53 a 110 minutos). Não ocorreu óbito ou complicações intra-operatórias. Complicações pós-operatórias foram observadas em dois pacientes (15,4%). Fístula biliar em um paciente e ascite em outro paciente, sendo tratados de forma conservadora com sucesso. O tempo médio de internação hospitalar foi de 3,5 dias (variação de 2 a 9 dias) e o seguimento médio foi de 36 meses. Foi observada uma recorrência assintomática (7,6%) em paciente com doença policística após dois anos de seguimento. CONCLUSÃO: A fenestração laparoscópica é o método preferido para o tratamento do cisto hepático não parasitário. Este procedimento apresenta baixa morbidade associada a recorrência incomum. A adequada seleção dos pacientes e a técnica cirúrgica laparoscópica são fatores fundamentais para o tratamento destes pacientes.
OBJECTIVE: The authors present their experience with the laparoscopic management of non-parasitic liver cysts. METHODS: During the period from May 2003 to August 2006, thirteen patients with non-parasitic liver cysts underwent laparoscopic fenestration. Eleven patients were female (84.6%) and two (15.4%) were male. The average age at diagnosis was 48.3 years (range 35-72). The majority of patients presented with pain, discomfort, dyspepsia, or early satiety at diagnosis. Computed tomography scans were performed in all cases. The cysts were solitary in eleven patients (84.6%) and polycystic liver disease in two patients (15.4%). The average size of the solitary cysts was 11.3 cm (range 9.5-17 cm), and the polycystic liver disease was 10.6 cm (range 9.2-12.1 cm). Operation was indicated due to symptoms in all patients. The technique performed was laparoscopic cyst fenestration. RESULTS: Laparoscopic fenestration was completed in all patients. Mean operative time was 85 minutes (range 53-110). Intraoperative complications were not detected and there was no death. Postoperative complications were observed in two patients (15.4%). Bile leakage was present in one patient, and ascites in another patient. Both cases were treated conservatively. The average hospital stay was 3.5 days (range 2-9 days). Mean follow-up was 36 months. There was one asymptomatic recurrence (7.6%) in a patient with polycystic liver disease after two years of follow-up. CONCLUSION: Laparoscopic fenestration is the preferred method of treatment for non-parasitic liver cyst. This operation causes low morbidity and the recurrence is uncommon. Adequate selection of patients and the laparoscopic technique are important for the treatment.