RESUMO INTRODUÇÃO Com a finalidade de adquiriras competências médicas preconizadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, as instituições acadêmicas da área da saúde têm buscado novas estratégias. Nessa conjuntura, observa-se que a aprendizagem cooperativa, ao ser estimuladano âmbito de metodologias ativas de ensino e aprendizagem, pode trazer diferenciais importantes na formação do médico. Assim, o objetivo geral deste estudo foi explorar a percepção de estudantes e docentes sobre aprendizagem cooperativa em um currículo médico baseado em métodos ativos (Aprendizagem Baseada em Problemas e Problematização). Os objetivos específicos foram investigar os benefícios da cooperação no trabalho em pequenos grupos de estudantes e identificar as necessidades de adequação dos docentes em sua atuação nesses grupos reduzidos. MÉTODOS O estudo é descritivo, qualitativo e quantitativo, com aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas a estudantes da primeira à quarta série de Medicina e docentes participantes de tutorias e ciclos pedagógicos. Os dados provenientes dos questionários foram dispostos em tabelas e avaliados por meio da escala do tipo Likert. As entrevistas foram gravadas e transcritas para posterior realização de agrupamento de núcleos de sentido para análise de conteúdo, modalidade temática. A pesquisa foi conduzida com fomento e apoio do Pibic/CNPQ com o processo de no 115007/2016-4. RESULTADOS E DISCUSSÃO No que se refere ao perfil dos estudantes, a maioria se situava entre 22 e 25 anos, majoritariamente do sexo feminino e de cor branca. Em relação aos docentes, 85% se graduaram em método tradicional,tendo de 16 a 30 anos de formação e de 15 a 21 anos de trabalho com métodos ativos, sendo que 92% deles com pós-graduação. Os resultados quantitativos e qualitativos foram convergentes, estudantes e docentes apresentaram concepções análogas quanto aos benefícios da aprendizagem cooperativa em pequenos grupos, julgando que habilidades de comunicação, raciocínio crítico, interdependência positiva, avanços em trabalho em equipe, além de boa aquisição de conhecimento cognitivo são garantidos nesse processo. Observou-se também que, à medida que avançavam nas séries, os estudantes expressavam percepções um pouco diferentes em relação a diversas questões, o que pode estar relacionado à maturidade que advém com o passar dos anos e principalmente à experiência com os métodos ativos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A aprendizagem cooperativa é eficaz em pequenos grupos, traz benefícios sociais, cognitivos e psicomotores, e é favorecida no âmbito de metodologias ativas com educação permanente dos professores. Os resultados encontrados neste estudo poderiam ser úteis para outras faculdades de Medicina que almejam trabalhar com métodos ativos ou mesmo para as que já os utilizam com a finalidade de orientar gestores e coordenadores do curso.
ABSTRACT INTRODUCTION In order to acquire the medical skills recommended by the National Curricular Guidelines, academic institutions in the area of heath have looked for new strategies. In this context, it is seen that cooperative learning, when stimulated in the framework of active teaching-learning methodologies, can bring important advantages for medical training. The general objective of this study was to explore students’ and teachers’ views on cooperative learning in a medical curriculum based on active methods (Problem Based-Learning and Investigation). The specific objectives were: to investigate the benefits of cooperation in small groups of students, and to identify the needs for teachers to adapt their practices when working with these small groups. METHODS This is a descriptive, quantitative and qualitative study, with the application of questionnaires and semi structured interviews to students in the first to fourth years of medical school, and teachers participating in tutorials and pedagogical cycles. The data from the questionnaires were arranged in tables and evaluated through a Likert scale. The interviews were recorded and transcribed for subsequent grouping of cores of meaning for content analysis, thematic modality. The research was supported by Pibic/CNP, with process number 115007/2016-4. RESULTS AND DISCUSSION Regarding the student’s profile, the majority were aged between 22 and 25 years, female, and White. Regarding the teachers’ profile, 85% had graduated by the traditional method, with 16 to 30 years since graduating,15 to 21 years of working with active methods, and 92% with postgraduate degrees. The quantitative and qualitative results were convergent; the students and teachers presented analogous conceptions about the benefits ofcooperative learning in small groups, believing that communication skills, critical thinking, positive interdependence, advance toward teamwork, and the acquisition of cognitive knowledge are guaranteed in this process. It was also observed that as the students moved up through the grades, their views changed slightly in relation to several questions. This may be realted to the extra maturity that comes with the passage of years, but it is largely due to the experience withactive methods. FINAL CONSIDERATIONS Cooperative learning is efficient within small groups. It brings social, cognitive and psychomotor benefits, and it is favored in the area of active methodologies with lifelong learning. The results of this study could be useful for providing guidance to managers and coordinators of other medical courses seeking to use active methodologies, or even for those that already use them.