ABSTRACT OBJECTIVE To evaluate sociodemographic factors associated with the consumption of ultra-processed foods and the temporal evolution of their consumption in Brazil between 2008 and 2018. METHODS The study used food consumption data of individuals aged ≥ 10 years from 2008–2009 and 2017–2018 Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF - Household Budget Surveys), grouping the foods according to the Nova classification. We used crude and adjusted linear regression models to assess the association between sociodemographic characteristics and consumption of ultra-processed foods in 2017–2018 and the temporal variation in their consumption between 2008 and 2018. RESULTS Ultra-processed foods accounted for 19.7% of calories in 2017–2018. The adjusted analysis showed that their consumption was higher in women (versus men) and the South and Southeast regions (versus North) and lower in blacks (versus whites) and rural areas (versus urban), in addition to decreasing with the increased age and increasing with higher education and income. Consumption of ultra-processed foods increased by 1.02 percentage points (pp) from 2008–2009 to 2017–2018. This increase was significantly higher among men (+1.59 pp), black people (+2.04 pp), indigenous (+5.96 pp), in the rural area (+2.43 pp), those with up to 4 years of schooling (+1.18 pp), in the lowest income quintile (+3.54 pp), and the North (+2.95 pp) and Northeast (+3.11 pp) regions. On the other hand, individuals in the highest level of schooling (-3.30 pp) and the highest income quintile (-1.65 pp) reduced their consumption. CONCLUSIONS The socioeconomic and demographic segments with the lowest relative consumption of ultra-processed foods in 2017–2018 are precisely those that showed the most significant increase in the temporal analysis, pointing to a trend towards national standardization at a higher level of consumption. ultraprocessed ultra processed 200 2018 1 20082009 2009 2008–200 20172018 2017 2017–201 POF Surveys, Surveys , Surveys) classification Ultraprocessed Ultra 197 19 7 19.7 versus whites urban, urban urban) 102 02 1.0 pp (pp +1.59 159 59 (+1.5 pp, +2.04 204 2 04 (+2.0 +5.96 596 5 96 (+5.9 +2.43 243 43 (+2.4 +1.18 118 18 (+1.1 +3.54 354 3 54 (+3.5 +2.95 295 95 (+2.9 +3.11 311 11 (+3.1 hand 3.30 330 30 (-3.3 1.65 165 65 (-1.6 20 201 2008200 2008–20 2017201 2017–20 19. 0 1. +1.5 15 (+1. +2.0 (+2. +5.9 9 (+5. +2.4 24 +1.1 +3.5 35 (+3. +2.9 29 +3.1 31 3.3 33 (-3. 1.6 16 6 (-1. 200820 2008–2 201720 2017–2 +1. (+1 +2. (+2 +5. (+5 +3. (+3 3. (-3 (-1 20082 2008– 20172 2017– +1 (+ +2 +5 +3 (- + (
RESUMO OBJETIVO Avaliar fatores sociodemográficos associados ao consumo de alimentos ultraprocessados e a evolução temporal do consumo no Brasil entre 2008 e 2018. MÉTODOS Foram utilizados dados do consumo alimentar de indivíduos com idade ≥ 10 anos das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) 2008–2009 e 2017–2018. Os alimentos foram agrupados segundo a classificação Nova. Modelos de regressão linear brutos e ajustados foram utilizados para avaliar a associação entre características sociodemográficas e o consumo de ultraprocessados em 2017–2018 e a variação temporal de seu consumo entre 2008 e 2018. RESULTADOS Alimentos ultraprocessados representaram 19,7% das calorias em 2017–2018. A análise ajustada mostrou que seu consumo foi maior no sexo feminino ( versus masculino) e nas regiões Sul e Sudeste ( versus Norte), e menor em negros ( versus brancos) e na área rural ( versus urbana), além de diminuir com o aumento da idade e aumentar com escolaridade e renda. O consumo de ultraprocessados aumentou 1,02 pontos percentuais (pp) de 2008–2009 a 2017–2018, sendo este aumento mais expressivo em homens (+1,59 pp), negros (+2,04 pp), indígenas (+5,96 pp), na área rural (+2,43 pp), naqueles com até 4 anos de estudo (+1,18 pp), no quinto mais baixo de renda (+3,54 pp) e nas regiões Norte (+2,95 pp) e Nordeste (+3,11 pp). Por outro lado, seu consumo se reduziu na maior faixa de escolaridade (-3,30 pp) e no quinto mais alto de renda (-1,65 pp). CONCLUSÕES Os segmentos socioeconômicos e demográficos que tiveram menor consumo relativo de ultraprocessados em 2017–2018 são justamente os que apresentaram um aumento mais expressivo na análise temporal, apontando para uma tendência de padronização nacional em um patamar de consumo mais alto. 200 2018 1 POF (POF 20082009 2009 2008–200 20172018 2017 Nova 2017–201 197 19 7 19,7 masculino Norte, , Norte) brancos urbana, urbana urbana) 102 02 1,0 pp (pp +1,59 159 59 (+1,5 pp, +2,04 204 2 04 (+2,0 +5,96 596 5 96 (+5,9 +2,43 243 43 (+2,4 +1,18 118 18 (+1,1 +3,54 354 3 54 (+3,5 +2,95 295 95 (+2,9 +3,11 311 11 (+3,1 pp. . lado 3,30 330 30 (-3,3 1,65 165 65 (-1,6 20 201 2008200 2008–20 2017201 2017–20 19, 0 1, +1,5 15 (+1, +2,0 (+2, +5,9 9 (+5, +2,4 24 +1,1 +3,5 35 (+3, +2,9 29 +3,1 31 3,3 33 (-3, 1,6 16 6 (-1, 200820 2008–2 201720 2017–2 +1, (+1 +2, (+2 +5, (+5 +3, (+3 3, (-3 (-1 20082 2008– 20172 2017– +1 (+ +2 +5 +3 (- +