Resumo: Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de Medicina, publicadas no ano de 2014, descrevem as competências esperadas para o egresso. O objetivo deste estudo foi investigar como os estudantes de Medicina se avaliam na área de competência educação em saúde. Método: Trata-se de um estudo transversal analítico com estudantes dos dois últimos anos de quatro escolas médicas de Minas Gerais, Brasil. Aplicou-se um questionário embasado nas DCN e fundamentado em três ações-chave: identificação de necessidades de aprendizagem individual e coletiva, promoção da construção e socialização do conhecimento e promoção do pensamento científico e crítico e apoio à produção de novos conhecimentos. Realizou-se a análise descritiva e bivariada pelo teste qui-quadrado de Pearson, com nível de significância 5%. O teste analisou desempenhos na área de educação em saúde conforme sexo, ano de graduação e autoavaliação da experiência na atenção primária à saúde (APS). Resultados: Participaram 524 estudantes, a maioria do sexo feminino (57,0%), com idade entre 21 e 25 anos (66,9%), matrícula no último ano da graduação (65,3%), com participação em liga acadêmica (55,6%) e experiência positiva no âmbito da APS (78,5%). A maioria dos estudantes considerou “ótimo” o próprio desempenho nos quesitos de aprendizado com as relações interprofissionais (69,0%), identificação das próprias necessidades de aprendizagem (63,5%) e promoção de ações de educação em saúde da mulher (66,5%). Os estudantes avaliaram que o desempenho deles é “ruim/regular” no uso de sistemas de informação (33,8%) e na adoção de metodologia científica na leitura crítica de artigos técnico-científicos (21,2%). Foram associados à “boa/ótima” experiência em APS os seguintes desempenhos: apoio à produção de novos conhecimentos, construção e socialização de conhecimentos para a comunidade e promoção de ações de educação em saúde da mulher (p < 0,05). Nesse último desempenho, destaca-se a diferença significante entre sexos: as estudantes do sexo feminino avaliaram-se melhor que os homens (p < 0,05). Conclusão: A experiência positiva na APS está associada com desempenhos de fundamental importância para atuação médica, tanto na abordagem individual como na coletiva.
Abstract: Introduction: The National Curriculum Guidelines (NCGs) for the medical course, published in 2014, describe the expected competencies for graduating medical students. Objective: To investigate how medical students evaluate themselves in the area of Health Education. Method: Cross-sectional analytical study among student interns from four medical schools in Minas Gerais, Brazil. The questionnaire was based on the NGCs and substantiated by three key actions: ‘Individual and Collective Learning Needs Identification’; ‘Knowledge Construction and Socialization Promotion’; and ‘Scientific and Critical Thinking Promotion and Support for New Knowledge Production’. Descriptive and bivariate analysis was performed using Pearson’s Chi-square Test, with a significance level of 5%. The test assesssed performance in Health Education according to sex, year of undergraduate training and self-evaluation of experience in Primary Health Care (PHC). Results: A total of 524 students participated in the study, mostly females (57.0%), aged between 21 and 25 years (66.9%), in their final year of undergraduate training (65.3%), belonging to an academic league (55.6%) and having reported a positive experience in PHC (78.5%). The majority evaluate themselves as ‘very good’ at ‘learning with interprofessional relationships’ (69.0%), ‘identification of personal learning needs’ (63.5 %), and ‘promotion of education actions in Women’s Health’ (66.5%). Students evaluate themselves as ‘poor/satisfactory’ at ‘using information systems’ (33.8%), and ‘adoption of scientific methodology in critical reading of technical-scientific articles’ (21.2%). The following performances were associated to a ‘good/very good’ PHC experience: ‘support for new knowledge production’; ‘knowledge construction and socialization in the community’ and ‘promotion of education actions in Women’s Health’ (p < 0.05). For this last performance there is a significant difference in sex, where female students evaluated themselves better than male students (p < 0.05). Conclusion: A positive experience in PHC was associated with performances considered of fundamental importance to medical practice, both from an individual and collective perspective.