Abstract Introduction: Coronavirus disease 19 (COVID-19) has caused a direct increase in mortality but not all of it is entirely attributable to COVID-19, meaning there was a higher rate of mortality in non-COVID-19 patients due to the pandemic. The aim of this study was to compare two groups of patients: group 1, which included all of the patients admitted to the Internal Medicine ward during the month of April in the year 2019 and group 2, composed of all of the patients admitted to the same ward in April 2020 (a non-COVID ward) and to identify factors which were closely related with worse renal function in two group of patients. Methods: Retrospective observational study carried out through the analysis of digital data of all non-COVID-19 patients admitted at an Internal Medicine ward in April 2019 (group 1) and April 2020 (group 2). Results: A total of 162 patients were included. Group 1 represented 63.6% of the patients and group 2 represented 36.4%. Although there was a significant difference (p<0.001) between baseline creatinine and that presented at admission for hospitalization in both groups, the difference was markedly greater in the second group when compared to the first group. The worsening of renal function, measured by the CKD-EPI formula, was associated with higher mortality, which was higher in the 2020 group. Conclusion: There was a sense of fear imposed by the pandemic, which delayed resorting to medical care. This increased the severity of medical conditions. In the post-pandemic aftermath, it is essential that General and Family Medicine coordinate effectively with different medical specialties to jointly improve the follow-up of our patients.
Resumo Introdução: A doença de coronavírus 19 (COVID-19) causou um aumento direto na mortalidade, mas nem tudo é totalmente atribuível ao COVID-19, o que significa que houve uma taxa mais elevada de mortalidade em doentes não COVID-19 devido à pandemia. O objetivo deste estudo foi comparar dois grupos de doentes: grupo 1, incluiu todos os doentes internados na enfermaria de Medicina Interna durante o mês de abril do ano de 2019 e o grupo 2, composto pelos doentes internados na mesma enfermaria em abril de 2020 (enfermaria não COVID) e identificar o que se associou, de forma significativa, a alteração da função renal. Métodos: Estudo observacional retrospetivo realizado através da análise de dados digitais de todos os doentes não COVID-19 internados numa enfermaria de Medicina Interna em abril de 2019 (grupo 1) e abril de 2020 (grupo 2). Resultados: Foram incluídos 162 doentes; dos quais 63,6% eram do grupo 1 e 36,4% do grupo 2. Embora houvesse diferença significativa (p<0,001) entre a creatinina basal e a apresentada à admissão para internamento em ambos grupos, a diferença foi marcadamente maior no segundo grupo quando comparado ao primeiro grupo. O agravamento da função renal, medida pela fórmula CKD-EPI, associou-se a maior mortalidade que foi mais elevada no grupo de 2020. Conclusão: A pandemia COVID-19 impôs um sentimento de medo na população, que levou ao atraso no recurso aos serviços de saúde, levando a uma maior gravidade das condições médicas. No rescaldo pós-pandemia, é essencial uma coordenação eficaz entre a Medicina Geral e Familiar e as diferentes especialidades médicas para melhorar, conjuntamente, o acompanhamento dos nossos doentes, de forma a eliminar o medo imposto pela COVID-19.