Resumo O artigo analisa como os brasileiros se posicionam em relação ao Programa Bolsa Família (PBF) e seus beneficiários. Os dados são de uma pesquisa nacional de opinião pública encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR). Resultados de um modelo logístico multinomial sobre as chances de apoio ao PBF mostraram que elas crescem com a avaliação positiva do governo federal, o nível de informação sobre o programa e o contato com beneficiários, mas caem com o aumento da escolaridade, da renda familiar e do nível de individualismo dos entrevistados. Ambivalências aparecem quando as análises se voltam para as opiniões sobre a gestão do Bolsa Família e seus beneficiários em particular. Regressões via mínimos quadrados ordinários (MQO), estimadas para avaliar as opiniões sobre os impactos positivos do PBF, a suposta falta de controle do programa e os beneficiários, mostraram que possuir mais conhecimento sobre o programa não diminui as visões negativas sobre os beneficiários ou as críticas em relação ao seu controle. De modo surpreendente, essas visões críticas estão presentes mesmo entre grupos de pessoas que teriam maiores chances de receber os recursos do Bolsa Família, como os menos escolarizados, não brancos e moradores do Nordeste.
Abstract This article analyzes where Brazilians stand in relation to the Bolsa Família Program (BFP) and its beneficiaries. The data are from a national public opinion survey commissioned by The Secretariat for Social Communication of the Presidency of the Republic (Secom/PR). The results of a multinomial logistic regression regarding the chances that people will support the BFP have shown that support grows among those with more positive evaluations of the federal government and higher levels of information about the program, as well as among those connected to or in contact with beneficiaries; support wanes depending on schooling and family income, not to mention the individualism of the interviewees. Ambivalences appear when the analyses turn to opinions on the management of Bolsa Família and its beneficiaries. OLS regressions, estimated to assess the opinions on the positive impacts of the BFP and the alleged lack of regulation of and control over the program and its beneficiaries, have shown that more knowledge about the program does not diminish negative views of the beneficiaries or management and oversight of the program. Surprisingly, these critical views are present even among those groups of people most likely to receive Bolsa Família resources, such as the less educated, people of color, and residents of the Northeast.
Resumen El artículo analiza cómo los brasileños se posicionan en relación al Programa Bolsa Familia (PBF) y sus beneficiarios. Los datos son de una encuesta nacional de opinión pública, encargada por la Secretaría de Comunicación Social de la Presidencia de la República (Secom/PR). Los resultados de un modelo logístico multinomial sobre las posibilidades de apoyo al PBF mostraron que ellas crecen con la evaluación positiva del gobierno federal, el nivel de información sobre el programa y el contacto con beneficiarios, pero caen con la escolaridad, la renta familiar y el nivel de individualismo de los entrevistados. Las ambivalencias aparecen cuando los análisis se vuelven a las opiniones sobre la gestión del Bolsa Familia y sus beneficiarios en particular. Regresiones a través de MQO, estimadas para evaluar las opiniones sobre los impactos positivos del PBF, la supuesta falta de control del programa y los beneficiarios, mostraron que poseer más conocimiento sobre el programa no disminuye las visiones negativas sobre los beneficiarios o las críticas en relación a su control. De manera sorprendente, estas visiones críticas están presentes incluso entre grupos de personas que tendrían mayores posibilidades de recibir los recursos del Bolsa Familia, como los menos escolarizados, no blancos y moradores del Nordeste.
Résumé L'article analyse la position des Brésiliens par rapport au programme Bolsa Família (PBF) et à ses bénéficiaires. Les données proviennent d'un sondage d'opinion national commandé par le Secrétariat à la Communication Sociale de la Présidence de la République (Secom/PR). Les résultats d'un modèle logistique multinomial sur les chances de soutenir le PBF ont montré qu'elles augmentaient avec l'évaluation positive du gouvernement fédéral, le niveau d’information sur le programme et le contact avec les bénéficiaires, mais qu'elles chutaient à cause de la scolarité, du revenu familial et du niveau de l'individualisme des personnes interviewées. Des ambivalences apparaissent lorsque les analyses se tournent vers les avis sur la gestion du Bolsa Família et sur ses bénéficiaires en particulier. Des régressions via OLS, estimées pour évaluer les opinions sur les impacts positifs du PBF, le prétendu manque de contrôle du programme et des bénéficiaires, ont montré qu'avoir plus de connaissances sur le programme ne minimisait pas les opinions négatives sur les bénéficiaires ni les critiques concernant son contrôle. Étonnamment, ces points de vue critiques sont présents même parmi les groupes de personnes qui seraient plus susceptibles de recevoir des ressources du Bolsa Família, tels que les moins éduqués, les non-blancs et les habitants du Nord-Est.