Resumo Este artigo procura identificar o sentido da denúncia da educação bancária, realizada por Paulo Freire, e apontar suas implicações para o anúncio de uma educação libertadora sobre o corpo dos educadores. A partir das obras do educador, busca-se discutir, num primeiro momento, a denúncia da educação bancária, e, num segundo momento, o anúncio de uma pedagogia libertadora freireana: problematizadora e conscientizadora. Para a análise interpretativa dos dados, lançou-se mão da hermenêutica como metodologia de pesquisa em Educação. Como resultado, verificou-se que, quando Freire faz o anúncio de uma pedagogia libertadora, ele não está apenas propondo outra realidade possível, mas, também, está fazendo a denúncia de uma educação opressora, vista como uma negação do corpo na prática pedagógica. Por fim, uma educação libertadora só se efetivará quando o educador/educando oprimido se conscientizar, reconhecendo o opressor hospedado no seu corpo. Será o educador/educando livre, portanto, a partir da práxis e da humanização de si e dos outros.
Abstract In this paper, we aim to identify the meaning of the denunciation in the banking education, idealized by Paulo Freire, as well as to point out the implications of a liberating education for the the education of educators. First, the article discusses the denunciation of banking education, as it appears in his work entitled Pedagogy of the Oppressed (2005) and also in his books Pedagogy of Indignation (2000) and Education and Actuality Brazilian (2003). Secondly, this paper discusses the announcement of a liberating pedagogy idealized by Paulo Freire: problematization and critical consciousness, based on theoretical arguments of Paulo Freire, approached in Awareness (2001b), Cultural Action for Freedom (2002a) and Education as the Practice of Freedom (2009). Using hermeneutic as a research methodology, we showthat, when Freire makes the announcement of a liberating pedagogy, he is not only proposing another possible reality, but also he is making the denunciation of an oppressing education, seen as a denial of the body in the pedagogical practice. Finally, a liberating education only will become effective when the oppressed educator-educating become aware, recognizing that the oppressor is been hosted into your own body. They will be free, therefore, from the praxis and their self-humanization and others.