RESUMO: Este artigo trata do problema da aproximação envolvida no chamado “policiamento de proximidade” que foi implementado em 38 Unidades de Polícia Pacificadoras inauguradas durante a última década no Rio de Janeiro. Este estudo foi baseado em uma pesquisa etnográfico e ementrevistas em profundidade realizadascom moradores, policiais e traficantesde três favelas entre 2009 e 2015.As primeiras sessões do artigo tratam dos traumas passados e das incertezas em relação ao futuro do projeto quefomentaram, desde o início do processo de “pacificação”, desconfianças mútuas e dificultaram a aproximação entre policiais e moradores de favelas. A seção seguinte tem como objeto as "ferramentas de aproximação" que foram frojadas pelos policiais da UPP durante a "pacificação". E a última parte do trabalho trata do caso exemplar da primeira comandante da UPP. O argumento central do trabalho é que as ações empreendidas por essa policial, em alguma medida sintetizavam o próprio “espírito” do projeto das UPPs e os dilemas da “pacificação”, uma vez que articulavam, por um lado, atividades de repressão a crimes e de ordenamento do território da favela; e por outro, ações preventivas, baseadas nas tentativas de aproximação com a população das favelas.
ABSTRACT: This article deals with the problem of the approach involved in the so-called "policing of proximity" that was implemented in 38 Pacifying Police Units launchedduring the last decade in Rio de Janeiro. This study was based on ethnographic research and in-depth interviews with residents, police officers and traffickers from three slums between 2009 and 2015. The first sections of the article deal with past traumas and uncertainties regarding the future of the project, which have fostered mutual mistrust since the beginning of the pacification process and have made it difficult for police and slum dwellers to approach.The next section deals with the "approach tools" that were fleched by UPP officers during "pacification". And the last part of the work deals with the exemplary case of the first commander of the UPP. The central argument of the work is that the actions undertaken by this police officer, to some extent, summed up the "spirit" of the UPPs' project and the dilemmas of "pacification", since they articulated, on the one hand, activities of repression of crimes and of planning of the territory of the favela; and on the other hand, preventive actions, based on the attempts to approach the favela population.
RESUMEN: Este artículo trata del problema del acercamiento involucrado en el llamado "policiamiento de proximidad" que fue implementado en 38 Unidades de Policía Pacificadoras inauguradas durante la última década en Río de Janeiro. Este estudio se basó en una investigación etnográfica y en entrevistas en profundidad realizadas con residentes, policías y traficantes de tres favelas entre 2009 y 2015. La primer parte del artículo trata de los traumas pasados y de las incertidumbres en relación al futuro del proyecto que fomentó, desde el inicio del proceso de "pacificación", desconfianzas mutuas que dificultaron la aproximación entre policías y moradores de favelas. La siguiente sección tiene como objeto las "herramientas de aproximación" que fueron empleadas por los policías de la UPP durante la "pacificación". Y la última parte del trabajo trata del caso ejemplar de la primera comandante de la UPP. El argumento central del trabajo es que las acciones emprendidas por esa policía, en alguna medida sintetizaban el propio "espíritu" del proyecto de las UPPs y los dilemas de la "pacificación", ya que articulaban, por un lado, actividades de represión a crímenes y de ordenamiento del territorio de la favela; y por otro, acciones preventivas, basadas en los intentos de aproximación con la población de las favelas.