Resumo O artigo analisa as trajetórias docentes/pesquisadores das Ciências Sociais e Humanas em Saúde atuantes nos programas de pós-graduação em Saúde Coletiva, considerando suas formações e práticas na pesquisa, ensino e extensão. Trajetórias expressam decisões, escolhas e empenhos pessoais em projetos que interagem com outros projetos em um campo onde se negocia a realidade. Compusemos um referencial pelos conceitos de projeto, metamorfose, campo de possibilidades e mediação de Gilberto Velho e de arenas transepistêmicas de Karin Knorr-Cetina. Os dados advêm de questionário online, respondido por 59 docentes pesquisadores e 19 entrevistas (ambos semiestruturados) observando-se representação regional e geracional. Analisamos os relatos pessoais em contexto articulados a acontecimentos, eventos, projetos, pessoas e instituições. Os resultados trazem as inserções e atuações: pela formação e pesquisa como pontos de partida, encontros e metamorfoses; e pelas interações dentro e fora da comunidade científica pelo ensino, extensão e ativismo. As trajetórias delineiam-se por projetos pessoais e coletivos em meio às circunstâncias imediatas, mudanças geracionais e tendências de maior duração, tensionando em supostas fronteiras e transcendendo dos campos disciplinares para outros setores sociais. Neste processo, enredam-se agenciamentos cotidianos, sem menosprezar heranças históricas, políticas e sociais que interseccionam os projetos na construção das trajetórias pessoais e institucionais.
Abstract The article analyzes the teaching and research trajectories of the Social and Human Sciences in Health acting in the Public Health postgraduate programs, considering their training and practices in research, teaching and extension. Trajectories express decisions, choices, and personal commitments on projects that interact with other projects in a field where reality is negotiated. We composed a framework for the concepts of design, metamorphosis, field of possibilities and mediation by Gilberto Velho and Karin Knorr-Cetina's transepistemic arenas. The data come from an online questionnaire, answered by 59 research teachers and 19 interviews (both semi-structured) observing regional and generational representation. We analyze personal accounts in context articulated to events, events, projects, people and institutions. The results bring the insertions and performances: by training and research as starting points, encounters and metamorphoses; and by interactions within and outside the scientific community through teaching, extension and activism. Trajectories are shaped by personal and collective projects in the midst of immediate circumstances, generational changes and longer-term trends, tensing at supposed boundaries and transcending disciplinary fields to other social sectors. In this process, daily agencies are entangled, without neglecting historical, political and social inheritances that intersect projects in the construction of personal and institutional trajectories.