A pesquisa buscou identificar os fatores de risco individuais e contextuais da assistência à saúde, suas interações e diferenciais regionais na determinação da mortalidade infantil nas capitais brasileiras. Trata-se de um estudo caso-controle, no qual considerou-se casos os 7.470 óbitos infantis ocorridos em 2012 nas 27 capitais do país, registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e pareados com o Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) por meio do linkage, e 24.285 controles obtidos mediante amostra dos nascidos sobreviventes entre 2011 e 2012 do universo de 1.424.691 nascimentos. As variáveis explicativas do nível individual corresponderam às informações disponibilizadas pelo SINASC, e a variável contextual consistiu um índice de qualidade da assistência hospitalar relativo aos 702 serviços de saúde onde ocorreram os nascimentos. Empregou-se o modelo logístico multinível e a análise de interação. Os principais determinantes da mortalidade infantil foram os fatores biológicos (baixo peso ao nascer, prematuridade, malformação congênita, asfixia grave/moderada e raça/cor), mediados pelos socioeconômicos maternos (escolaridade, estado civil e ocupação), e pela insuficiência de pré-natal. Realizar baixo número de consultas pré-natais representou risco para a mortalidade infantil independentemente da qualidade do serviço, à exceção das capitais da Região Sul. Na interação entre renda e pré-natal, observou-se que realizar poucas consultas e nascer em cidades com alta renda representaram risco maior quando comparados aos nascimentos em capitais de baixa renda (OR = 0,68). A análise multinível evidenciou desigualdades regionais nos modelos de risco e reiterou a importância dos determinantes biológicos com mediação dos fatores socioeconômicos e assistenciais na mortalidade infantil.
The study sought to identify individual and contextual risk factors in healthcare and their interactions and regional differences in the determination of infant mortality in Brazilian state capitals. This was a case-control study that analyzed 7,470 infant deaths in 2012 in the 27 state capitals, recorded in the Brazilian Mortality Information System (SIM) and matched with the Brazilian Information System on Live Births (SINASC) through linkage and 24,285 controls obtained by sampling the surviving liveborn infants from 2011 to 2012 from the total of 1,424,691 births. The individual explanatory variables corresponded to information available in the SINASC database, and the contextual variable consisted of a quality index for hospital care in the 702 healthcare services where the births occurred. A multilevel logistic model was used to analyze interaction. The principal determinants of infant mortality were biological factors (low birthweight, prematurity, congenital malformations, severe/moderate asphyxia, and race/color), mediated by maternal socioeconomic factors (schooling, marital status, and occupation) and insufficiency of prenatal care. Low number of prenatal visits was a risk factor for infant mortality, independently of the service’s quality, except in the state capitals in the South of Brazil. In the interaction between income and prenatal care, few prenatal visits and birth in high-income state capitals showed a higher risk when compared to births in low-income state capitals (OR = 0.68). Multilevel analysis evidenced regional inequalities in the risk models and reiterated the importance of biological determinants in the mediation of socioeconomic and healthcare factors in infant mortality.
El objetivo de la investigación fue identificar factores de riesgo individuales y contextuales de asistencia a la salud, sus interacciones y diferenciales regionales en la determinación de la mortalidad infantil en las capitales brasileñas. Se trata de un estudio caso-control, en el que se consideraron como casos los 7.470 óbitos infantiles ocurridos en 2012, en las 27 capitales del país, registrados en el Sistema de Informaciones sobre Mortalidad (SIM) y pareados con el Sistema de Información sobre Nacidos Vivos (SINASC) mediante linkage y 24.285 controles, obtenidos mediante muestra de los nacidos supervivientes entre 2011 y 2012, dentro de un universo de 1.424.691 nacimientos. Las variables explicativas a nivel individual correspondieron a la información proporcionada por el SINASC, y la variable contextual consistió en un índice de calidad de la asistencia hospitalaria, referente a los 702 servicios de salud donde se produjeron los nacimientos. Se empleó el modelo logístico multinivel y un análisis de interacción. Los principales determinantes de la mortalidad infantil fueron los factores biológicos (bajo peso al nacer, prematuridad, malformación congénita, asfixia grave/moderada y raza/color), mediados por los socioeconómicos maternos (escolaridad, estado civil y ocupación), y por la insuficiencia del pre-natal. Realizar un bajo número de consultas pre-natales representó un riesgo para la mortalidad infanti, independientemente de la calidad del servicio, a excepción de las capitales de la Región Sur. En la interacción entre renta y la atención prenatal, se observó que realizar pocas consultas y nacer en ciudades con alta renta representó un riesgo mayor cuando lo comparamos con los nacimientos en capitales con renta baja (OR = 0,68). El análisis multinivel evidenció desigualdades regionales en los modelos de riesgo y reiteró la importancia de los determinantes biológicos con la mediación de factores socioeconómicos y asistenciales en la mortalidad infantil.