RESUMO Objetivo Estimar a frequência de exposição à fumaça secundária do cigarro entre pacientes com asma. Métodos Estudo transversal, que avaliou pacientes com asma e controles sem asma, por meio de questionários, para identificar a exposição secundária à fumaça do cigarro no ambiente domiciliar, escolar, no trabalho e em ambientes públicos. Resultados Estudamos 544 asmáticos graves, 452 com asma leve/moderada e 454 sem asma. Entre os asmáticos graves, a média de idade foi de 51,9 anos, 444 (81,6%) eram do sexo feminino, 74 (13,6%) tinham fumantes em sua residência, 383 (71,9%) relataram exposição em ambientes públicos e, dos 242 (44,5%) que trabalhavam e/ou estudavam, 46 (19,1%) admitiram exposição ocupacional. Entre asmáticos leves/moderados, a média de idade foi de 36,8 anos, 351 (77,7%) eram do sexo feminino, 50 (11,1%) afirmaram haver tabagistas em sua residência, 381(84,9%) relataram exposição em ambientes públicos e, dos 330 (73,0%) que trabalhavam e/ou estudavam, 58 (17,7%) referiram exposição ocupacional. Encontrou-se associação entre exposição à fumaça secundária do cigarro e controle da doença entre pacientes com asma leve/moderada. Entre os entrevistados, 71% dos pacientes asmáticos graves e 63% daqueles com asma leve/moderada relataram evitar frequentar certos ambientes pelo receio da exposição à fumaça secundária do cigarro − relato mais associado aos pacientes com asma grave. Conclusão A exposição secundária à fumaça do cigarro é uma situação frequente e relatada por uma proporção significativa de asmáticos. Indivíduos com asma encontram-se expostos a este agente, que pode dificultar o controle da doença, exacerbar sintomas e lhes impor limitação inaceitável ao direito de ir e vir em ambientes públicos.
ABSTRACT Objective To estimate the frequency of secondhand smoke exposure among patients with asthma. Methods A cross-sectional study of asthma patients and non-asthmatic controls using questionnaires to identify secondhand smoke exposure at home, school, work, and public places. Results We studied 544 severe asthma patients, 452 mild/moderate asthma patients, and 454 non-asthmatic patients. Among severe patients, the mean age was 51.9 years, 444 (81.6%) were female, 74 (13.6%) were living with a smoker, 383 (71.9%) reported exposure in public spaces and, of the 242 (44.5%) who worked/ studied, 46 (19.1%) reported occupational exposure. Among those with mild/moderate asthma, the mean age was 36.8 years, 351 (77.7%) were female, 50 (11.1%) reported living with a smoker, 381 (84.9%) reported exposure in public settings and, of the 330 (73.0%) who worked/ studied, 58 (17.7%) reported occupational exposure. An association between secondhand smoke exposure and disease control was found among patients with mild/moderate asthma. Among those interviewed, 71% of severe asthma patients and 63% of mild/moderate asthma patients avoided certain places due to fear of secondhand smoke exposure. Conclusion Secondhand smoke exposure is a situation frequently reported by a significant proportion of asthma patients. Individuals with asthma are exposed to this agent, which can hamper disease control, exacerbate symptoms and pose unacceptable limitations to their right to come and go in public settings.