RESUMO Objetivo: Investigar a adequação calórico-proteica de pacientes em terapia nutricional enteral exclusiva internados nas Unidades de Terapia Intensiva de um hospital universitário. Métodos: Estudo longitudinal realizado entre abril e novembro de 2014 nas Unidades de Terapia Intensiva de um hospital universitário. Foram avaliados no período de 14 dias: percentual de adequação calórico-proteica, calculada pelas médias dos valores prescritos e administrados; condições clínicas (unidade e diagnóstico de internação, escore prognóstico Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II, estado nutricional, tempo de internação); complicações gastrointestinais; e motivo de interrupção da dieta. Valores inferiores a 80% de adequação calórica e proteica foram considerados inadequados. Realizou-se análise multivariada por Regressão de Poisson com nível de significância de 5%. Resultados: O estudo contou com uma amostra de 38 pacientes, sendo 52,63% desnutridos. As médias de adequação calórica e proteica foram de 76,47% e 69,11%, respectivamente. A prevalência de inadequação calórica foi de 55,26% e de proteica, 68,42%. O jejum para procedimentos foi a causa mais frequente de interrupção da dieta. O volume residual gástrico e a diarreia foram as complicações gastrointestinais mais comuns. A inadequação calórica associou-se ao tempo de permanência ≤14 dias e ao volume residual elevado. A inadequação proteica associou-se ao tempo de permanência ≤14 dias, ao volume residual gástrico elevado e à saída ou obstrução da sonda. Conclusão: A prevalência de inadequação calórica e proteica ocorreu em mais da metade dos pacientes avaliados. Estratégias como a elaboração de protocolos por equipe multiprofissional devem ser implantadas para minimizar interrupções da dieta administrada, estabelecer medidas de controle para complicações gastrointestinais e, assim, garantir um aporte nutricional adequado durante o período de internação.
ABSTRACT Objective: To investigate the energy and protein adequacies of intensive care unit of a university hospital patients in exclusive enteral nutrition. Methods: This longitudinal study was conducted between April and November 2014 in the adult intensive care unit of a university hospital. The following items were assessed during 14 days: percentage of protein energy adequacy, based on the mean prescribed and administered values; clinical conditions (unit and diagnosis on admission, Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II, nutritional status, and length of stay); gastrointestinal complications; and reason for diet interruption. Values below 80% of the caloric and protein adequacies were considered inadequate. Multivariate analysis was performed by Poisson Regression at a significance level of 5%. Results: The sample consisted of 38 patients, and 52.63% were undernourished. The mean caloric and protein adequacies were 76.47% and 69.11%, respectively. The prevalences of caloric and protein inadequacies were 55.26% and 68.42%, respectively. Fasting for procedures was the most frequent cause for diet interruption. Residual gastric volume and diarrhea were the most common gastrointestinal complications. Caloric inadequacy was associated with length of stay ≤14 days and high residual gastric volume. Protein inadequacy was associated with length of stay ≤14 days, high residual gastric volume, and catheter displacement or obstruction. Conclusion: More than half of the patients had caloric and protein inadequacies. Strategies, such as the development of protocols for multidisciplinary teams, should be created to minimize disruption of the administered diet, establish measures to control gastrointestinal complications, and thus ensure adequate nutritional intake during intensive care unit stay.