Resumo Este estudo tem como objetivo conhecer as representações sociais de profissionais da saúde mental, universitários da área da saúde e estudantes do ensino médio acerca do louco e do doente mental, relacionando-as aos paradigmas de atenção à saúde mental. A amostra dessa pesquisa foi formada por 150 participantes, sendo 50 de cada grupo social. Para a coleta de dados, foi usada a TALP (Técnica de Associação Livre de Palavras), com os estímulos louco e doente mental. Os dados foram analisados no programa Tri-Deux-Mots, por meio da Análise Fatorial de Correspondência. Os estudantes do ensino médio e os universitários apresentaram representações do louco e do doente mental ancoradas no paradigma biomédico, o qual enfatiza a medicalização e a hospitalização na assistência à saúde mental; já os profissionais apresentaram representações ancoradas no paradigma psicossocial, o qual norteia as ideias da Reforma Psiquiátrica. Percebe-se que apesar de a assistência em saúde mental no Brasil ser pautada nos preceitos da reforma, ainda há na sociedade uma visão negativa do doente mental/louco ancorada no paradigma biomédico, a qual reforça a exclusão e manutenção do estigma social frente a esses sujeitos.
Abstract This study aims to determine the social representation of mental health professionals, university students from the health area, and secondary school students with regard to the crazy person and the mentally ill person, regarding the paradigms of mental health care. The study sample was composed of 150 participants, with 50 in each social group. For data collection, the free word association technique (TALP) was used, with the prompts “crazy person” and “mentally ill person”. The data were analyzed using the Tri-Deux-Mots software,through correspondence factor analysis. The secondary school students and university students presented representations of the crazy person and the mentally ill person anchored in the biomedical paradigm, which emphasizes medicalization and hospitalization with regard to mental health care. The professionals, on the other hand, presented representations anchored in the psychosocial paradigm, which guides the ideas of the Psychiatric Reform. It is recognized that although mental health care in Brazil is based on the principles of the Reform, there is still a negative view of the mentally ill person/crazy person on the part of society anchored in the biomedical paradigm, which reinforces the exclusion and maintenance of the social stigma that these individuals face.
Resumen El objetivo fue conocer las representaciones sociales de profesionales de salud mental, estudiantes de la salud y de enseñanza secundaria sobre locos y enfermos mentales, relacionándose los paradigmas de la atención a la salud mental. Muestra formada por 150 participantes, 50 de cada grupo social. Para recolección de datos, se utilizó la Técnica de Asociación Libre de Palabras, con estímulos locos y enfermos mentales. Datos analizados en el software Tri-Deux-Mots, a través del análisis factorial de correspondencia. Los estudiantes de enseñanza secundaria y los universitarios presentaron representaciones de loco y enfermo mental ancladas en el paradigma biomédico, que hace hincapié a la medicalización y hospitalización en la atención de salud mental; ya los profesionales presentaron representaciones ancladas en el paradigma psicosocial, que guía las ideas de la Reforma Psiquiátrica. Se percibió que a pesar de la atención en salud mental en Brasil se basada en los preceptos de la Reforma, todavía hay en la sociedad visión negativa de enfermos mentales/loco anclada en el paradigma biomédico, lo que refuerza la exclusión y el mantenimiento del estigma social delante de estos sujetos.