Que fatores ajudam a entender o adiamento da inserção de jovens no mundo do trabalho? O que explica recém-graduados continuarem seus estudos em outros cursos (graduação ou pós) ou, ainda, retornarem à universidade? Seria a educação continuada uma saída para o desemprego? Sustentamos que o alongamento da escolarização dos jovens está associado ao estreitamento de oportunidades de trabalho, como apontam Prandi, no Brasil, e Beaud e Pialoux, na França. Discutimos os fenômenos do "engessamento" da mobilidade social, apesar de um grau mais elevado de escolaridade, no caso brasileiro, e o alongamento da escolarização frente ao estreitamento de oportunidades laborais, no caso francês. A análise das trajetórias mostra que o alongamento da escolarização serve como estratégia de enfrentamento ao desemprego e as evidências apontam que não se trata de algo conjuntural, mas sim inerente à própria lógica do capital.
What factors could help us understand why young people enter the job market later and later? Why do high school graduates pursue higher education or others return to university? Would continuing education be a solution to unemployment? Drawing on Prandi in Brazil and Beaud & Pialoux in France, this paper advocates that this phenomenon is due to decreased job opportunities. It also discusses the "stiffening" of social mobility despite a higher level of education, in Brazil, or longer studies to be beter prepared before limited job opportunities, in France. Analyzing some life trajectories shows that longer studies are a strategy to better face unemployment and evidence suggests that they are not a temporary trend but inhere to the very logic of capital.
Quels facteurs permetent de comprendre pourquoi les jeunes entrent de plus en plus tard dans le monde du travail? Qu'est-ce qui explique que des jeunes venant d'obtenir leur bac continuent leurs études (licence ou même master et doctorat) ou encore que d'autres retournent à l'université? L'éducation continue serait-elle une solution au chômage? Nous soutenons que le prolongement de la scolarisation des jeunes est associé à la diminution des occasions de travail, comme l'indiquent Prandi au Brésil et Beaud et Pialoux en France. Nous discutons le phénomène de la "sclérose" de la mobilité sociale malgré un niveau de scolarité plus élevé, dans le cas brésilien, ou le prolongement de la scolarisation pour mieux faire face à la pénurie d'occasions de travails, dans le cas français. L'analyse de trajectoires montre que le prolongement de la scolarisation est une stratégie contre le chômage et tout indique que ce mouvement n'est pas conjoncturel, mais inhérent à la logique même du capital.