A saída da vida ativa e a entrada numa fase da vida em as relações e atividades laborais não existem ou são de natureza diferente constituem uma característica da reforma. Alguns estudos têm investigado os efeitos das alterações do estado de saúde na reforma. Outros têm investigado os efeitos da reforma no estado de saúde. Se a reforma for responsável por afetar o estado de saúde, então a implementação de políticas públicas saudáveis, para melhoria da saúde dos adultos idosos, deveriam tê-lo em consideração. Da mesma forma, a implementação de alterações na idade da reforma, tais como aquelas que têm vindo a verificar-se em Portugal, também o deverão ponderar. Constituem objetivos deste trabalho descrever e discutir os estudos que têm sido desenvolvidos para melhoria do conhecimento da relação entre a saúde e a reforma, nomeadamente, entre as doenças crónicas (e saúde percebida) e a reforma, assim como sublinhar a importância da investigação deste tema em Portugal numa perspetiva de Saúde Pública. No que concerne aos efeitos da saúde na reforma, a saúde percebida e as doenças crónicas parecem ter um importante papel para a reforma, apesar de haver menos concordância relativamente às últimas. Por outro lado, as conclusões sobre os efeitos da reforma na saúde não são consensuais, facto que tem sido atribuído às diferenças na natureza de análise (transversal ou longitudinal), do momento de reforma, dos motivos de reforma, e do indicador de estado de saúde sob investigação em diferentes estudos. Relativamente à população Portuguesa, os poucos estudos preconizados focam diferentes indicadores de saúde, tornando difícil atingir uma conclusão comum. Permanece, na verdade, a necessidade de desenvolvimento de estudos sobre esta matéria em Portugal metodologicamente mais válidos, principalmente com a quantificação de medidas de associação e de impacte.
The exit from active life and the ingress into a life stage in which labour activities and relations do not exist, or could be of a different nature, is a feature of retirement. Several studies have investigated the effects of changes in health upon retirement. Several others have investigated the effects of retirement on health. If retirement is responsible for affecting health, then the implementation of public health policies, aimed at improving older individual's health, should take this matter into account. Similarly, the implementation of political changes in retirement age such as those that we are witnessing in Portugal should be carefully planned. The aim of this work is to describe and discuss the international and national studies conducted to improve the understanding of the relationship between health and retirement, especially between chronic diseases (and self-perceived health) and retirement, and also to highlight the importance of studying this subject from a public health point of view in Portugal. Regarding the effects of health on retirement, self-perceived health seems to have a relevant effect on retirement, as well as chronic diseases, although there is less agreement in the latter case. Findings on the impact of retirement in health are not consensual and it is thought that the nature of the analysis (cross-sectional or longitudinal), the timing and the reason for retirement, the circumstances of an individual before and after retirement and the health measure under research could be primarily responsible for the lack of consistency among studies. Concerning the Portuguese population, the few studies found about health and retirement are focused in different health status indicators, making it difficult to reach a general conclusion. Thus the need remains for the establishment of more methodologically valid research studies in Portugal, mainly epidemiologic studies involving the quantification of association and impact measures.