RESUMO: Quinze por cento da população mundial apresenta algum tipo de deficiência. Isso pode ser caracterizado por vários tipos de condições, cada uma com sua complexidade específica. Assim sendo, esta revisão da literatura objetiva identificar recentes estudos científicos, no quinquênio 2014-2019, que descrevem cuidados psicoterapêuticos com pessoas com deficiência. Foram consultados: PubMed, EMBASE, Web of Science, PsycINFO (APA), BVS (Bireme/LILACS) e SciELO. Encontrou-se um total de 1.330 artigos. Após dois processos de seleção, 26 pesquisas corresponderam aos critérios de inclusão. A metodologia de pesquisa predominante foi ensaio clínico randomizado, seguido por estudos de caso e estudos descritivos/qualitativos. Pessoas com deficiência intelectual e/ou física, deficiência visual e/ou auditiva e autismo foram as populações mais estudadas. As técnicas comportamentais prevalecem nos estudos incluídos, com menor incidência de técnicas psicodinâmicas. A psicoterapia favorece inclusive o enfrentamento de situações adversas impostas na vida de qualquer ser humano. Pessoas com deficiência também podem apresentar necessidades psicoterápicas, uma vez que, na realidade de suas vidas, incluem complexidades além de sua deficiência. Existem fortes evidências para o uso da psicoterapia como recurso eficaz para a elaboração terapêutica de problemas relacionados à saúde, à educação e à vida social de pessoas com deficiência, independentemente do tipo de intervenção psicoterápica.
ABSTRACT: Fifteen percent of the world’s population has some form of disability. This can be characterized by several types of conditions, each with its specific complexity. Thus, this literature review aims to identify recent scientific studies, in the 2014-2019 five-year period, which describe psychotherapeutic care for people with disabilities. PubMed, EMBASE, Web of Science, PsycINFO (APA), BVS (Bireme/LILACS) and SciELO were consulted. It was found a total of 1,330 articles. After two selection processes, 26 research met the inclusion criteria. The predominant research methodology was the randomized clinical trial, followed by case studies and descriptive/qualitative studies. People with intellectual and/or physical disabilities, visual and/or hearing disabilities and autism were the most studied populations. Behavioral techniques prevail in the studies included, with a lower incidence of psychodynamic techniques. Psychotherapy also favors coping with adverse situations imposed on the life of any human being. People with disabilities may also have psychotherapeutic needs, since, in the reality of their lives, they also include complexities in addition to their disability. There is strong evidence for the use of psychotherapy as an effective resource for the therapeutic elaboration of problems related to health, education and social life of people with disabilities, regardless of the type of psychotherapeutic intervention.