OBJETIVOS: A síndrome de Burnout é uma reação de estresse excessivo relacionada ao trabalho que se apresenta em três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e ineficácia. O objetivo deste estudo foi descrever o perfil de médicos plantonistas de unidades de terapia intensiva e avaliar os fatores associados à presença de síndrome de Burnout nessa população. MÉTODOS: Estudo descritivo de corte transversal, avaliando os médicos que trabalham em unidades de terapia intensiva adulto de Salvador-BA com carga mínima de 12 horas de plantão semanal. Foi distribuído um questionário auto-aplicável dividido em duas partes: a primeira referente a características sóciodemográficas e a segunda composta da avaliação da síndrome de Burnout através do Maslach Burnout Inventory. RESULTADOS: Foram avaliados 297 plantonistas, sendo 70% homens. A média de idade e de tempo de formado foi de 34,2 e 9 anos, respectivamente. Níveis elevados de exaustão emocional, despersonalização e ineficácia foram encontrados em 47,5%, 24,6% e 28,3%, respectivamente. A prevalência da síndrome de Burnout, considerada como nível elevado em pelo menos uma dimensão, foi de 63,3%. Esta prevalência foi significativamente menor nos médicos que possuíam título de especialista em medicina intensiva, com mais de nove anos de formado e que ainda pretendem trabalhar por mais de 10 anos em unidades de terapia intensiva. A prevalência foi maior nos médicos com mais de 24 horas de plantão ininterrupto em terapia intensiva por semana. CONCLUSÕES: A prevalência de síndrome de Burnout foi elevada entre os médicos avaliados, sendo mais freqüente nos plantonistas mais jovens, com elevada carga de trabalho e sem especialização em medicina intensiva.
OBJECTIVES: Burnout syndrome is a response to prolonged occupational stress that involves three main dimensions: emotional exhaustion, depersonalization, and reduced personal accomplishment. The aim of this study was to describe socio-demographic characteristics of intensive care unit physicians and evaluate factors associated to the presence of Burnout syndrome in this population. METHODS: A cross-sectional study was performed to evaluate physicians who have worked in intensive care units from the city of Salvador (Bahia - Brazil) with a minimum weekly workload of 12-hour. An anonymous self-reported questionnaire was used and it was divided into two parts: socio-demographic characteristics and evaluation of Burnout syndrome through Maslach Burnout Inventory. RESULTS: We studied 297 physicians and most of them were male (70%). The mean age and time of graduation were, respectively, 34.2 and 9 years. High levels of emotional exhaustion, depersonalization, and reduced personal accomplishment were found in respectively, 47.5%, 24.6% and 28.3%. The prevalence of Burnout syndrome, considered as high level in at least one dimension, was of 63.3%. This prevalence was statistically lower in physicians specialized on intensive care, those with more than nine years of graduation and those who intend to continue working in intensive care units for more than 10 years. The prevalence was higher in the doctors with more than 24-hours of uninterrupted intensive care work per week. CONCLUSIONS: Burnout syndrome was common among intensive care physicians and it was more frequent in the youngest doctors, with higher workload and without specialization on intensive care.