Objetivo: Desenvolver um documento de consenso orientado para a prática clínica no contexto da medicina geral e familiar relativamente à gestão farmacológica do risco cardiovascular na pessoa com diabetes mellitus tipo 2. Métodos: Foi reunido um painel de seis especialistas em medicina geral e familiar que desenvolveu uma revisão bibliográfica não sistemática de recomendações clínicas, meta-análises e estudos originais e de revisão relativos ao controlo dos principais parâmetros de risco cardiovascular no adulto com diabetes mellitus tipo 2. Foi analisada e debatida de modo exaustivo a evidência identificada que foi posteriormente sumarizada num conjunto de recomendações práticas. Resultados: Foram identificadas 23 fontes bibliográficas, entre recomendações clínicas, estudos originais, meta-análises e estudos secundários com base nos quais se elaboraram 13 recomendações relativas à terapêutica com antidiabéticos, cinco recomendações relativas à terapêutica com anti-hipertensores, cinco recomendações relativas à terapêutica antidislipidémica e 10 recomendações relativas à terapêutica com antiagregantes plaquetários. Conclusão: A gestão do risco cardiovascular e da insuficiência cardíaca na pessoa com diabetes mellitus tipo 2 constitui um exercício clínico desafiante que requer uma análise holística e individualizada de cada pessoa. Novas armas farmacológicas estão agora disponíveis e devem ser utilizadas de forma incisiva para garantir um controlo adequado da glicemia e dos fatores de risco cardiovascular, minimizando a morbimortalidade inerente às complicações da diabetes mellitus tipo 2.
Objective: To develop a consensus document, guided to general and family medicine clinical practice that addresses the key aspects of the drug management on type 2 diabetes and its cardiovascular risk. Methods: An expert panel composed of six family doctors undertaken a non-systematic literature search and review, gathering the main international clinical guidelines and the most relevant meta-analysis, clinical trials and reviews, and regarding the management of type 2 diabetes and its main cardiovascular outcomes. The selected references were further and exhaustively analysed and then summarized on brief statements for clinical practice. Results: We identified 23 different bibliographic references, including guidelines, meta-analysis, and clinical trials, from which a set of statements were developed, namely 13 statements for diabetic treatment, five for hypertension treatment, five for dyslipidaemia therapy and 10 for anti-platelet therapy. Conclusion: The management of type 2 diabetes and its main cardiovascular outcomes must be personalized at an individual level, a challenge that requires a comprehensive understanding. New drug therapies are now available, and they must be used in an incisive way to ensure good clinical control of type 2 diabetes and its further cardiovascular outcomes, and thus, reducing the risk for additional comorbidities.