OBJETIVO: Investigar a relação entre dor lombar e desequilíbrio de força muscular na região lombopélvica em bailarinas clássicas. MÉTODOS: O estudo foi do tipo exploratório transversal e desenvolvido nas academias de dança das cidades de Divinópolis e Oliveira, MG. Foram selecionadas 42 bailarinas, divididas em dois grupos (Grupos Dor e Sem Dor) de acordo com a presença ou não de queixas de dor na região lombar. Inicialmente, as bailarinas foram submetidas, por um único examinador, a quatro testes para avaliação do desequilíbrio de força muscular na região lombopélvica: músculos glúteo máximo × isquiossurais e glúteo máximo × paravertebrais no movimento de extensão de quadril; glúteos máximo e médio × tensor da fáscia lata no movimento de abdução de quadril; abdominais e flexores de quadril no movimento de flexão de quadril. Em seguida, um segundo examinador aplicou os testes de força muscular para os músculos abdominais e paravertebrais. Para verificar a associação entre a queixa de dor lombar e a presença de desequilíbrios musculares foi utilizado o teste qui-quadrado. O nível de significância estabelecido foi de α = 0,05. RESULTADOS: A maioria das bailarinas, independente do grupo do qual participavam, apresentou desequilíbrios de força muscular na região lombopélvica, porém apenas o desequilíbrio entre abdominais × flexores de quadril teve associação significativa com a dor lombar (p = 0,043). CONCLUSÃO: Desequilíbrios musculares lombopélvicos são frequentes em bailarinas clássicas. Entretanto, não é possível afirmar se tais desequilíbrios são adaptações específicas do balé clássico ou disfunções associadas a quadros álgicos resultantes de falhas no treinamento.
OBJECTIVE: To investigate the relationship between low back pain and muscle strength imbalance in the lumbopelvic region of classical ballet dancers. METHODS: This cross-sectional exploratory study was developed in the ballet academies of Divinópolis and Oliveira, Minas Gerais State. Forty-two ballet dancers were selected and then divided into two groups (Pain and Painless Groups), according to the presence or absence of pain complaints in the low back. Firstly, the ballet dancers were submitted, by one examiner, to four tests of muscle strength imbalance in the lumbopelvic region: gluteus maximus × hamstrings muscles and gluteus maximus × paraspinal muscles in the hip extension movement; gluteus maximus and medius × tensor fascia latae muscles in the hip abduction movement; abdominal × hip flexors in the hip flexion movement. After that, a second examiner applied the muscular strength tests for the abdominal and paraspinal muscles. Chi-square tests were used to verify the association between low back pain and muscle imbalances. The level of significance was set at α = 0.05. RESULTS: Most of the ballet dancers, independently of the group, showed muscle strength imbalances in the lumbopelvic region. The abdominal × hip flexors test demonstrated a significant association with low back pain (p = 0.043). CONCLUSION: Muscle imbalances in the lumbopelvic region are common in classical ballet dancers. However, it is not possible to assure that these muscle imbalances are specific adaptations to the classical ballet or dysfunctions associated to algic symptoms resulted from training faults.