Este estudo tem como objeto as ações das Cirandas da Vida, em seu dialogismo entre o princípio da comunidade e a esfera institucional na formulação e implementação de políticas de saúde e tenta apreender como a perspectiva popular se expressa com arte na gestão em saúde. Busca capturar como as comunidades exprimem sua história de luta, mediante as linguagens da arte como fertilizadora do princípio de comunidade; analisar como os atores populares se inserem na formulação e implementação dessas políticas; compreender como os diferentes grupos geracionais expressam suas leituras da realidade, no dialogismo vivido na gestão em saúde e analisar como as linguagens da arte contribuem para a construção de atos limite como estratégias de superação das situações-limite apontadas nas rodas das Cirandas. Trabalhamos com a pesquisa ação, constituindo uma comunidade ampliada de pesquisa que procedeu à análise coletiva da experiência. A violência aponta como uma das situações limite, revelando o seu impacto na juventude em situação de conflito com a lei e as linguagens da artes surgem como potências, espaços de expressão, problematização e transgressão da realidade e do envolvimento desses jovens na construção de políticas. Revela ainda o enfoque de gênero e as estratégias de sócio-economia-solidária, bem como práticas de cuidado como atos-limite. O acesso aos serviços de saúde, outra situação limite apontada, revelou a necessidade de fortalecer a humanização da atenção. A arte e as práticas populares de cuidado surgem como potências dos atores populares que ocuparam rodas de gestão, incluindo seus saberes no cotidiano: o inédito viável.
This study discusses the actions of the project 'Cirandas da Vida', which works indialogism between the principles of community and the institutional field in the formulation and implementation of health policies. It tries to understand how popular perspective expresses itself artistically within health management, and to capture how communities express their history of fight through arts´ languages as a fertilizer of the principle of community; we looked into how popular actors insert themselves into the formulation and implementation of these policies, in order to understand how different groups of different generations express their readings of reality, in the dialogism lived within health management. Finally, we try and analyze how arts´ languages contribute to the construction of limit acts as strategies to surpass limit situations which came up during Cirandas' encounters . Action research was the chosen method: an extended research community was constituted and proceeded to a collective analysis of the experience. Violence points out that it is one of the limit situations, revealing its impact onto youth with problems with the law and the potential of the languages of art as spaces of expression, problematization and transgression of reality and the involvement of these youngsters within the construction of policies. It reveals also the focus on gender, and the strategies of social and solidarity economy and care practices as limit acts. Access to health services was another limit situation pointed out, emphasizing the necessity of strengthening humanization in health attention. Art and popular practices of care emerge as potentialities of the popular actors that participated of the management encounters, bringing their knowledge in a daily basis: the viable unknown.