OBJETIVO: Analisar os níveis, tendências e diferenciais sociodemográficos do uso do preservativo na população brasileira urbana. MÉTODOS: Os dados analisados foram coletados em 1998 e 2005, na pesquisa "Comportamento Sexual e Percepções da População Brasileira sobre HIV/Aids". As amostras, probabilísticas em múltiplos estágios, incluíram homens e mulheres de 16 a 65 anos de idade, domiciliados em áreas urbanas. Foram consideradas para análise as entrevistas com indivíduos sexualmente ativos nos 12 meses anteriores à entrevista. Os modelos univariados basearam-se em testes qui-quadrado, corrigidos pelo planejamento amostral, e cálculos de odds ratios; a análise multivariada envolveu o ajuste de modelos de regressão logística, controlando-se as demais variáveis de interesse. RESULTADOS: Houve aumento significativo do uso do preservativo nos 12 meses anteriores à entrevista e na última relação sexual. Jovens de 16 a 24 anos se protegeram mais nas relações sexuais, principalmente com parcerias eventuais. Homens usaram mais o preservativo, somente com parcerias eventuais. Maior freqüência de uso do preservativo ocorreu entre pessoas solteiras. Não houve diferença regional quanto ao uso consistente do preservativo. Nas relações estáveis os pentecostais revelaram a menor proteção no sexo; pessoas sem religião ou adeptos de outras religiões apresentaram os maiores índices de proteção. A escolaridade, que se mostrou diferencial importante no uso do preservativo em 1998, manteve seu destaque em 2005. CONCLUSÕES: Os resultados mostraram ser necessário aprofundar a discussão em torno de ações que visem a aumentar o uso consistente de preservativo, especialmente entre populações de menor escolaridade e as mais vulneráveis, como mulheres jovens ou em parcerias estáveis.
OBJECTIVE: To analyze the levels, tendencies and sociodemographic differentials of condom use among the Brazilian urban population. METHODS: The data analyzed was collected in 1998 and 2005, in the study, "Sexual Behavior and Perceptions of the Brazilian Population concerning HIV/Aids". The probabilistic samples, in multiple stages, included men and women aged 16 to 65 years old, living in urban areas. Interviews with individuals that had been sexually active during the 12 months preceding the interview were included in the analysis. The univariate models were based on chi-square tests, corrected by sample planning, and odds ratio calculations; multivariate analysis involved adjustment of logistic regression models, controlling all other interest variables. RESULTS: There was a significant increase in the use of condoms in the 12 months preceding the interview and at the last sexual intercourse. Young people from 16 to 24 years of age protected themselves more in sexual intercourse, particularly with eventual partners. Men used condoms more frequently only when they had an eventual partner. The use of condoms was more frequent among single people. There were no regional differences with respect to the consistent use of the condom. In stable relationships Pentecostals reveal the least amount of protection in sexual intercourse. People who have no religious affiliation or adepts of other religions have higher rates of protection. Level of education, an important differential with respect to the use of condoms in 1998, maintained its prominence in 2005. CONCLUSIONS: The results indicate the need for greater in depth discussion concerning actions that are geared towards increasing the consistent use of condoms, particularly among populations with lower educational levels and those that are more vulnerable, such as young women or women in stable relationships.