Objective: To estimate the prevalence of exposure to violence, characterizing its magnitude, types and occurrence in the adult population in Brazil. Methods: Cross-sectional study with data from the National Health Survey conducted in 2019. The prevalence of violence in the last 12 months and respective 95% confidence intervals (95%CI) were estimated according to sociodemographic variables. Crude prevalence ratios (cPR) were estimated by Poisson regression. Results: The prevalence of exposure to violence among adults in Brazil was 18.3% (95%CI 17.8;18.8) , with a significantly higher frequency among women (19.4%; 95%CI 18.7;20.0), in the 18-29 age group (27.0%; 95%CI 25.7;28.4), in self-declared black people (20.6%; 95%CI 19.3;221.9) and mixed race (19.3%; 95%CI 18.6;20.1) and among inhabitants of the Northeast region (18.7%; 95%CI 18.0;19.5). Among the victims of violence, 15.6% (95%CI 14.2;17.0) sought health care, of which (91.2%; 95%CI 88.1;93.6) were attended. The most reported types of violence were: psychological (17.4%; 95%CI 16.9;17.9), physical (4.1%; 95%CI 3.9;4.4) and sexual (0.8%; 95%CI 0.7;0.9). Men were more exposed to violence with the use of firearms or sharp targets, while women were the predominant victims for all other types and mechanisms of violence. The aggressor most cited was the intimate partner, the most frequent place of occurrence of violence being the residence and public streets/places. Conclusion: In Brazil, violence affected one in five adults. Women, young people and people with black skin were the population segments most exposed to violence, which should be a priority in prevention actions.
Objetivo: Estimar a prevalência de exposição à violência, caracterizando sua magnitude, tipos e ocorrência na população adulta do Brasil. Métodos: Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019. Estimou-se a prevalência de violência nos últimos 12 meses e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) segundo variáveis sociodemográficas. Razões de prevalência bruta (RPb) foram estimadas por regressão de Poisson. Resultados: A prevalência de exposição à violência entre adultos no Brasil foi de 18,3% (IC95% 17,8;18,8), com frequência significativamente maior entre as mulheres (19,4%; IC95% 18,7;20,0), no grupo de 18 a 29 anos (27,0%; IC95% 25,7;28,4), nas pessoas autodeclaradas pretas (20,6%; IC95% 19,3;221,9) e pardas (19,3%; IC95% 18,6;20,1) e entre habitantes da região Nordeste (18,7%; IC95% 18,0;19,5). Dentre as vítimas de violência, 15,6% (IC95% 14,2-17,0) procuraram atendimento de saúde, das quais (91,2%; IC95% 88,1;93,6) foram atendidas. Os tipos de violência mais relatados foram: psicológica (17,4%; IC95% 16,9;17,9), física (4,1%; IC95% 3,9;4,4) e sexual (0,8%; IC95% 0,7;0,9). Os homens foram mais expostos à violência com uso de arma de fogo ou objetivos cortantes, enquanto as mulheres foram as vítimas predominantes para todos os demais tipos e mecanismos de violência. O agressor mais citado foi o(a) parceiro(a) íntimo(a), sendo o local mais frequente de ocorrência da violência a residência, vias e locais públicos. Conclusão: No Brasil, a violência afetou um a cada cinco adultos. Mulheres, jovens e pessoas de pele negra foram os segmentos populacionais mais expostos à violência, os quais devem ser prioritários nas ações de prevenção.