OBJETIVO: Descrever no âmbito nacional e por faixa etária, sexo e região as 327.800 hospitalizações por diabetes mellitus (DM) da rede pública do Brasil, entre 1999-2001. MÉTODOS: Foram utilizados dados do Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) referentes ao DM (diagnóstico principal CID-10 E10-E14 combinado com procedimento realizado) e indicadores anuais de hospitalizações/10(4)hab. e óbitos hospitalares/10(6)hab. (ajustados pelo método direto por idade), letalidade, médias de permanência e gastos por internação e por 10(4)hab. em US$, e regressão logística múltipla para desfecho óbito. RESULTADOS: Houve mais hospitalizações anuais do sexo feminino (7,5/10(4)hab. [intervalo de confiança de 95%: 7,4-7,6] vs. masculino (5,2/10(4)hab. [5,2-5,3]), mais óbitos hospitalares anuais de mulheres (38,1/10(6)hab. [36,8-39,3] vs. 30,7 [29,5-32,0]), porém maior letalidade no sexo masculino (5,9 vs. 5,0%) em todas as regiões. Observou-se incremento das hospitalizações com a idade, mais acentuado para mulheres. Não houve diferença na permanência das internações com óbito (6,5 dias [6,3-6,6]) ou sem (6,4 [6,3-6,6]), apesar do gasto por internação superior (US$ 275,27 [268,37-282,16] vs. 143,45 [136,56-150,35]). O gasto anual/10(4)hab. equivaleu a US$ 969,09. A razão de chances de óbito hospitalar aumentou com a idade, foi maior para homens (1,21 [1,17-1,24]) e 2 vezes maior para habitantes das regiões Nordeste e Sudeste comparados aos da região Sul. Os gastos anuais/10(4)hab. foram 50-100% maiores nas regiões mais desenvolvidas. CONCLUSÕES: O volume e a desigualdade nos gastos enfatizam a necessidade de cobertura mais adequada da população, evitando as hospitalizações e suas complicações.
AIM: To describe at the national level and by age group, gender, and geographic region, all 327,800 first-listed hospitalizations for diabetes mellitus (DM) financed by the national health system (SUS) in Brazil, 1999-2001. METHOD: Data from the SUS' Hospital Information System (SIH/SUS) for DM as the first-listed diagnosis (ICD-10 E10-E14 and procedure performed) were obtained and indicators calculated by region of residence of the patients and gender (adjusted by direct method for age with 95% confidence intervals), age intervals, average length of stay and expenditure by admission and population in US$. Multiple logistic regression analysis was performed for death as outcome. RESULTS: Hospitalization coefficients were higher for women (7.5/10(4)inhab. [7.4-7.6] vs 5.2 [5.2-5.3]), although hospital lethality was higher for men (5.9 vs 5.0%) in all five regions. No differences were found in the average length of stay between hospitalizations with/without death (6.5 days [6.3-6.3] vs. 6.4 [6.3-6.6]) despite higher average expenditures (US$ 275.27 [268.37-282.16] vs. 143.45 [136.56-150.35]). Population expenditure was US$ 969.09/10(4) inhabitants. Odds ratio for death were higher for men, patients > 75 yrs, and inhabitants of the northeast and southeast. Developed regions accounted for nearly twice higher expenses than other regions. CONCLUSIONS: Inequalities in hospitalizations and resources emphasize the need for a better health coverage that could reduce the number of hospitalizations and lessen the severity of DM and its complications.