O objetivo deste estudo foi estimar os custos médicos diretos da assistência à gravidez relacionados ao fracasso da política de prevenção à gravidez na adolescência no México. Este estudo econômico avaliou, a partir da perspectiva da prestação de serviços, os custos médios do pré-natal, parto, puerpério, aborto e complicações da gravidez na adolescência. Para quantificar os custos relacionados ao fracasso dessa política de assistência, foram analisados três cenários: (a) total das gestações; (b) gravidez acima da média; (c) gravidez indesejada. Também foi estimado o custo do fornecimento de anticoncepcionais e descritas as características da gravidez na adolescência. Do total de adolescentes grávidas (n = 5.477.027), 30,2% tinham iniciado a vida sexual; 46,8% usavam métodos anticoncepcionais; 44,1% engravidaram e 9,1% abortaram. A maioria das grávidas (65%) tinha o ensino médio completo ou nível de escolaridade inferior; 30% abandonaram a escola; 72,5% moravam com o companheiro; e 72,3% apresentaram complicações. O custo médio da assistência à gravidez foi estimado em USD 2.210,55, e o do fornecimento de anticoncepcionais em USD 64,95. O custo total do fracasso dessa política foi estimado para cada cenário (em milhões): (a) USD 1.614,39, (b) USD 876,61 e (c) USD 171,50, respectivamente; enquanto o custo anual do fornecimento de contraceptivos em cada cenário foi: (a) USD 47,43, (b) USD 25,76 e (c) USD 5,04. O fracasso dessa política esteve relacionado à alta frequência de gravidez em adolescentes de baixa renda e aos altos custos para o sistema de saúde. A oferta de anticoncepcionais é 34 vezes mais barata do que a assistência à gravidez e pode contribuir para a redução da gravidez na adolescência, junto com uma melhoria nas condições de vida dessa população.
The objective was to estimate the direct medical cost of pregnancy care attributable to the failure of Mexico’s teenage pregnancy prevention policy. From the provider’s perspective, this economic study estimated the mean cost of prenatal care, childbirth, puerperium, abortion and complications. To quantify the costs attributable to policy failure, three scenarios were constructed: (a) total number of pregnancies; (b) number of pregnancies above the target; (c) number of unwanted pregnancies. The cost of providing contraceptive methods was also estimated and the characteristics of pregnant adolescents were described. Of the adolescents (n = 5,477,027), 30.2% were sexually active; 46.8% used contraception; 44.1% had become pregnant and 9.1% had an abortion. Most pregnant women (65%) attended secondary school or under; 30% dropped out of school; 72.5% lived with a partner; 72.3% had complications. The mean cost of pregnancy care was estimated at USD 2,210.55 and the mean cost of providing contraceptives at USD 64.95. The total cost of policy failure was estimated for each scenario (in millions): (a) USD 1,614.39, (b) USD 876.61 and (c) USD 171.50, respectively; whereas the annual cost of providing contraceptives in each scenario was estimated in: (a) USD 47.43, (b) USD 25.76 and (c) USD 5.04. The failure of the policy is expressed in the high frequency of pregnancy in low-income adolescents and in high costs for the health system. The provision of contraceptives is 34 times cheaper than pregnancy care and could, together with improved living conditions, contribute to reduce the frequency of adolescent pregnancies.
El objetivo fue estimar el costo médico directo de la atención a embarazos atribuibles a la falla en la política de prevención de embarazos adolescentes en México. Estudio económico que estimó, desde la perspectiva del proveedor, el costo medio de atención prenatal, parto, puerperio, aborto y complicaciones. Para cuantificar los costos atribuibles a la falla de la política, se construyeron tres escenarios: (a) embarazos totales; (b) embarazos por arriba de la meta; (c) embarazos no deseados. También se estimó el costo de proveer anticonceptivos y se describieron características de las adolescentes embarazadas. De las adolescentes (n = 5.477.027), 30,2% había iniciado vida sexual; 46,8% usaba anticonceptivo; 44,1% se había embarazado y 9,1% abortó. La mayoría de embarazadas (65%) estudió secundaria o menos; 30% abandonó la escuela; 72,5% vivían en pareja; 72,3% presentó complicaciones. El costo medio de atención del embarazo se estimó en USD 2.210,55 y el de proveer anticonceptivos en USD 64,95. El costo total por la falla de la política se estimó para cada escenario (en millones): (a) USD 1.614,39, (b) USD 876,61 y (c) USD 171,50, respectivamente; mientras que el costo anual de proveer anticonceptivos en cada escenario se estimó en: (a) USD 47,43, (b) USD 25,76 y (c) USD 5,04. La falla de la política se expresa en alta frecuencia de embarazo en adolescentes de bajos ingresos y en altos costos para el sistema de salud. La provisión de anticonceptivos es 34 veces más barata que la atención de embarazos y podría, aunado al mejoramiento de las condiciones de vida, contribuir a disminuir la frecuencia de embarazos en adolescentes.