Resumo No cenário urbano, a distribuição da vegetação e seus aspectos de qualidade ambiental repercutem nos modos de vida das populações em termos de saúde e qualidade de vida. O investimento em espaços verdes, com ampla variedade de elementos naturais, pode promover a redução dos níveis de estresse e fadiga mental. Em ambientes universitários, por exemplo, os estudantes sentem-se constantemente fatigados devido às exigências para um bom desempenho. Considerando pesquisas na área de Psicologia Ambiental que têm constatado os benefícios para a saúde provenientes do contato com espaços verdes, esse estudo buscou identificar lugares escolhidos por estudantes para descanso em dois campi universitários brasileiros. Explorou ainda elementos de preferências e percepções ambientais associadas à capacidade restaurativa desses espaços. A entrevista, associada a uma variação da técnica de ambiente fotografado, possibilitou a análise das características desses espaços. As escolhas citadas pelos 50 alunos de cada campus direcionaram a discussão. Os discursos dos discentes revelaram possibilidades de restauro psicológico no ambiente universitário. Em ambos os campi, o contato com espaços verdes abertos pareceu estar associado a momentos de interação entre pessoas e o ambiente, de maneira mais ativa ou mais passiva. No campus 2, as interações com os espaços verdes foram predominantemente ativas, apesar do campus 1 ter área de vegetação mais extensa. Dessa forma, compreende-se que a vivência restauradora se dá na relação pessoa-ambiente e é permeada por sutilezas que perpassam distintas realidades sociais.
Abstract In the urban context, the distribution of vegetation and its aspects of environmental quality have repercussions on the ways of life of the population in terms of health and quality of life. The investment in green spaces, with wide variety of natural elements, can promote the reduction of stress and mental fatigue levels. In academic environments, for example, students feel constantly fatigued due to requirements for good performance. Whereas research in the environmental psychology area have found the health benefits from the contact with green spaces, this study sought to identify resting places chosen by students in two Brazilian campuses. In addition, the research explored the preferences and environmental perceptions associated with the restorative capacity of these spaces. The interview, associated with a variation of the photographed environment technique, enabled the analysis of the characteristics of these spaces. The choices cited by 50 students from each campus guided the discussion. The speeches of the students revealed psychological restoration possibilities in the college environment. On both campuses, contact with open green spaces appear to be associated with moments of interaction between people and environment, in either a more passive or more active way. On campus 2, interactions with the green spaces were predominantly active, despite the fact that campus 1 has a more extensive green area. Thus, it is understood that the restorative experience takes place in the person-environment relationship and is permeated by subtleties that underlie different social realities.
Resumen En el entorno urbano, la distribución de la vegetación y sus aspectos de calidad ambiental tienen repercusiones en los modos de vida de la población en términos de salud y calidad de vida. La inversión en espacios verdes, con una amplia variedad de elementos naturales, puede promover la reducción del estrés y los niveles de fatiga mental. En los ambientes universitarios, por ejemplo, los estudiantes se sienten constantemente fatigados debido a los requisitos para un buen rendimiento. Considerando que investigaciones en el área de la psicología ambiental han encontrado los beneficios para la salud del contacto con espacios verdes, este estudio trata de identificar los lugares elegidos por los estudiantes para descansar en dos campus universitarios brasileños. Se exploraron las preferencias y percepciones ambientales asociadas con la capacidad reparadora de los espacios verdes. La entrevista, asociada con una variación de la técnica de ambiente fotografiado, permitió el análisis de las características de estos espacios. Las opciones citadas por 50 estudiantes de cada campus guían la discusión. Los discursos de los estudiantes revelaron posibilidad de restauración psicológica en el ámbito universitario. En los dos campus, el contacto con los espacios verdes abiertos parece estar asociado con momentos de interacción entre las personas y el ambiente, de manera más pasiva o más activa. En el campus 2, las interacciones con los espacios verdes fueron mayormente activas, aunque el campus 1 tiene más extensa zona verde. Por lo tanto, se entiende que la experiencia de restauración se lleva a cabo en la relación persona-ambiente y está impregnada de sutilezas que subyacen a las diferentes realidades sociales.