O objetivo da presente revisão sistemática foi avaliar a eficácia da intervenção familiar de base cognitivo-comportamental para portadores de esquizofrenia em tratamento ambulatorial, com relação aos desfechos recaída e sobrecarga familiar. Pesquisadores independentes conduziram as análises da pertinência e da qualidade dos ensaios identificados pela estratégia de busca utilizada, seguindo protocolo previamente elaborado. Foram selecionados 11 ensaios randomizados ou quasi-randomizados. Para o desfecho recaída, o risco relativo sumário, pelo modelo de efeitos fixos, foi favorável à intervenção familiar para o conjunto dos ensaios, com eficácia de cerca de 60% (50%-70%). O risco relativo sumário dos ensaios do subgrupo cognitivo-comportamental [RR = 0,43 (0,28-0,67)] foi equivalente ao do subgrupo comportamental [RR = 0,37 (0,23-0,60)] e ao do subgrupo "pragmático" [RR = 0,37 (0,21-0,66)], embora a forma de análise dos ensaios "pragmáticos" tenha sido, em geral, por tratamento efetivo. A diferença de riscos sumária geral foi estimada em cerca de 30% pelo modelo de efeitos randômicos. Apenas quatro ensaios analisaram o desfecho sobrecarga familiar, abrangendo, diferentemente, algumas das dimensões objetivas e subjetivas. Os resultados dos estudos individuais foram, em geral, favoráveis à intervenção familiar.
The present study aimed to assess the efficacy of cognitive-behavioral family interventions by relatives of schizophrenic patients under community care, specifically targeting relapse and family burden as outcomes. Independent researchers conducted the analyses of the pertinence and quality of trials identified through a search strategy, following a previously developed protocol. Eleven randomized or quasi-randomized trials were selected. The summary relative risk of relapse using the fixed effects model was favorable to family intervention, with estimated efficacy reaching nearly 60% (50%-70%). Summary relative risk in the cognitive-behavioral therapy trials subgroup [RR = 0.43 (0.28-0.67)] was equivalent to that of the behavioral therapy subgroup [RR = 0.37 (0.23-0.60)] and the "pragmatic" subgroup [RR = 0.37 (0.21-0.66)], although the "pragmatic" trials were generally analyzed for effective treatment. The difference in summary overall risk of relapse was nearly 30% using the random effects model. Only four trials analyzed family burden as outcome, including different dimensions of burden. Results of individual trials were generally favorable to family intervention, for both the objective and subjective dimensions.