RESUMO Tendo por base um trabalho antropológico e etnográfico junto à companhia brasileira de teatro, o presente artigo pretende apontar para os limites de uma antropologia da performance ortodoxa e universalizante. Propõe, alternativamente, uma antropologia do teatro contemporâneo tomando as noções de drama, performance e dramaturgia como universos investigativos capazes de apontar para desejos, expectativas e disputas de sentido envolvidas no processo artístico. O estudo demonstra como o uso do teatro performativo, de estratégias metadiscursivas e de desdramatização resultaram em cenas polissêmicas, reflexivas, capazes de promover discursos altamente críticos, suscitar a modificação de pontos de vista e sensibilizar para a alteridade.
ABSTRACT Based on anthropological and ethnographical fieldwork research with companhia brasileira de teatro this article points to some limits of a universalist and orthodox anthropology of performance. It sustains, alternatively, one anthropology of contemporary theatre, dealing with concepts such as drama, performance and dramaturgy as research realms, able to express desires, expectancies, and meanings disputes enrolled in the artistic process. This study reveals how performative theatre, metadiscursive and de-dramatizing strategies lead to polysemic and reflexive scenes that provide critical discourses, viewpoints shifts and encourage sensibility for alterity.
RÉSUMÉ A partir d’une recherche de terrain anthropologique et ethnographique avec companhia brasileira de teatro cet article démontre des limites de l’anthropologie de la performance de façon universaliste et orthodoxe. On propose, autrement, une anthropologie du téâtre contemporain considèrent des notions de drame, de performance et de dramaturgie comme des univers d'investigation capables d’exprimer des désirs, des aspirations et des disputes de sens dans le processus artistique. Cette étude démontre comme l’emploi du théâtre performatif et des stratégies métadiscursives et de dédramatisation ont résulté en des scènes polysémiques, réflexives et capables de soutenir des discours critiques, de changer des points de vue et de sensibilizer pour l’altérité.