INTRODUÇÃO: O abuso de drogas é um problema importante de saúde pública, e intervenções telefônicas são utilizadas como uma modalidade de tratamento. Objetivou-se descrever o perfil sociodemográfico, o padrão de consumo e a dependência de substâncias psicoativas dos usuários que buscaram auxílio em um serviço de teleatendimento para drogas de abuso. MÉTODOS: Foram utilizados os dados do 1º ano de funcionamento do serviço, coletados por consultores previamente capacitados, através de protocolo informatizado. Foram aplicados instrumentos para caracterização sociodemográfica, padrão de consumo e dependência dos usuários. Utilizou-se estatística descritiva para estimar a distribuição das variáveis, e os dados apresentam-se em freqüências. RESULTADOS: No período, foram atendidas 28.257 ligações, sendo 7.956 incluídas no estudo. No total, foi encontrada maior prevalência de mulheres, estudantes, solteiros, maiores de 35 anos, com ensino fundamental incompleto e renda familiar menor que cinco salários mínimos procurando o teleatendimento. Dentre os usuários de drogas, predominaram homens, de 18 a 25 anos. As drogas mais utilizadas foram tabaco, maconha, álcool e cocaína. O uso de tabaco foi semelhante para ambos os sexos. Indivíduos do sexo masculino usaram mais drogas ilícitas. A maioria dos usuários era dependente, sendo que os homens apresentaram maiores índices de dependência para tabaco e solventes. CONCLUSÕES: Esses resultados traçam o perfil do usuário que procura auxílio telefônico para a questão de drogas, e revelam a importância desses serviços à população, auxiliando no direcionamento de ações preventivas.
INTRODUCTION: Drug abuse is a major public health problem. Telephone interventions have been used as a treatment method. This study aimed at describing the sociodemographic profile, consumption pattern and dependence on psychoactive substances of individuals seeking help in a telephone service on drugs of abuse. METHODS: Data were collected by previously trained consultants using an electronic protocol throughout the first year of the service. Instruments were applied to find the sociodemographic profile, consumption pattern and dependence of drug users. Descriptive statistics was used to estimate distribution of variables, and the data are presented as frequencies. RESULTS: Throughout the study period there were 28,257 calls, of which 7,956 were included. In total there was higher prevalence of women, students, single individuals, older than 35 years, with incomplete primary education and family income lower than five minimum wages. Men aged 18-25 years were prevalent in the sample. The most frequently used drugs were tobacco, cannabis, alcohol and cocaine. Tobacco use was similar for both genders. Males used more illicit drugs. Most drug users were dependent, and men had higher rates of addiction to tobacco and solvents. CONCLUSIONS: These results outline the profile of individuals who seek care through a telephone service, showing the importance of these services for the population and guiding preventive actions.