A incidência de meningite asséptica após vacina tríplice viral (MMR) é diferente em diversos estudos. Analisamos retrospectivamente quarenta casos de meningite asséptica, relacionados a uma campanha de vacinação pública para cobertura tríplice viral em Curitiba, PR, Brasil, ano de 1998. A vacina utilizada foi a Leningrado-3-Zagreb para caxumba, Edmonston-Zagreb para sarampo e RA27#3 para rubéola. Um total de 87 casos foram relatados, resultando em uma incidência de 1,7 casos por 10.000 doses. A idade média dos pacientes foi 23,7 ± 12,8 anos. A relação feminino/masculino foi 1,35:1. Cefaléia intensa com sinais meningorradiculares (92,5%), febre (87,5%), náuseas e vômitos (82,5%) foram os achados clínicos mais comuns. Três casos (7,5%) desenvolveram caxumba branda. Todos os pacientes foram submetidos a punção lombar para obtenção de líquor, com os seguintes achados: pleocitose mononuclear de 100 a 500 células em 17 casos (42,4%; 257 ± 260,6 células/mm³); proteínas aumentadas em 28 casos (67,5%; 92,1 ± 76,9 mg/dL) e glicose (56,8 ± 11,2 mg/dL). Os testes sorológicos (látex para meningites, Cryptococcus, cisticercose, sífilis) e culturas bacteriológicas foram negativas. Identificação viral também foi negativa em 8 casos. Nenhum dos pacientes desenvolveu déficits neurológicos ou sintomas relacionados após um ano do início do quadro. Acreditamos que o benefício da vacinação claramente supera os eventuais efeitos da meningite asséptica após vacinação MMR devido ao seu caráter e evolução benignos.
The aseptic meningitis after Measles-Mumps-Rubella vaccine (MMR) is a well recognized complication, and different incidences have been observed in several studies. We retrospectively analyzed forty cases of aseptic meningitis, during a large public immunization campaign (1998) in Curitiba, Southern Brazil (590,609 people), admitted in our Service. The vaccine utilized was Leningrad-3-Zagreb mumps strain, Edmonston-Zagreb measles strain, and RA 27#3 rubella strain. In all county, a total number of 87 cases were reported, resulting in a incidence of 1.7 cases per 10,000 given doses . The mean age was 23.7 ± 12.8 years. The female:male ratio was 1.35:1. Severe headache with meningismus (92.5%), fever (87.5%), nausea/vomiting (82.5%) were the most common clinical findings. Three cases (7.5%) developed mild mumps. All patients underwent cerebrospinal fluid (CSF) tap with the following findings: mononuclear pleocytosis from 100 to 500 cells/mm³ in 17 cases (42.5%; 257.5 ± 260.6 cells/mm³); increased protein 28 cases (67.5%; 92.1 ± 76.9 mg/dL); glucose was normal in all cases (56.8 ± 11.2 mg/dL) except in 4 (10%) cases, which presented less than 44 mg/dL. All serological tests (latex to bacterial meningitis, Cryptococcus, cysticercosis, VDRL) and bacteriological cultures were negative. Virus identification were also negative in 8 samples. None of the patients had neurological deficits or related symptoms after one year of onset. We believe the benefit of vaccination clearly outweights the incidence of benign vaccine-associated meningitis.