Fundamento: O Escore TIMI para infarto com supradesnível do segmento ST (IAMcSST) foi criado e validado especificamente para este cenário clínico, enquanto o Escore GRACE é genérico para qualquer tipo de síndrome coronariana aguda. Objetivo: Identificar qual dos escores, TIMI ou GRACE, apresenta melhor desempenho prognóstico em pacientes com IAMcSST. Métodos: Foram incluídos 152 indivíduos consecutivamente internados por IAMcSST. Os escores TIMI e GRACE foram testados quanto a sua capacidade discriminatória (estatística-C) e calibração (teste Hosmer-Lemeshow), em relação ao desfecho óbito hospitalar. Resultados: O Escore TIMI apresentou distribuição equitativa de pacientes nas faixas de baixo, intermediário e alto risco (39%, 27% e 34%, respectivamente), diferente do Escore GRACE que apresentou distribuição predominante em baixo risco (80%, 13% e 7%, respectivamente). A letalidade da amostra foi de 11%. A estatística-C do Escore TIMI foi de 0,87 (95% IC = 0,76 - 0,98), semelhante ao GRACE (0,87; 95% IC = 0,75-0,99) - p = 0,71. O Escore TIMI apresentou calibração satisfatória, representada por χ2 de 1,4 (p = 0,92), nitidamente superior à calibração do Escore GRACE, que apresentou χ2 de 14 (p = 0,08). Esta calibração se reflete em incidências esperadas para as faixas de baixo, intermediário e alto risco de acordo com o Escore TIMI (0%, 4,9% e 25%, respectivamente), diferente do GRACE (2,4%, 25% e 73%) que caracterizou inadequadamente a faixa intermediária. Conclusão: Os escores TIMI e GRACE apresentam semelhante capacidade discriminatória em relação a óbito hospitalar, porém o Escore TIMI possui calibração superior ao GRACE. Para populações de risco diferente da nossa amostra, esta conclusão deve ser validada por futuros trabalhos.
Background: The TIMI Score for ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI) was created and validated specifically for this clinical scenario, while the GRACE score is generic to any type of acute coronary syndrome. Objective: Between TIMI and GRACE scores, identify the one of better prognostic performance in patients with STEMI. Methods: We included 152 individuals consecutively admitted for STEMI. The TIMI and GRACE scores were tested for their discriminatory ability (C-statistics) and calibration (Hosmer-Lemeshow) in relation to hospital death. Results: The TIMI score showed equal distribution of patients in the ranges of low, intermediate and high risk (39 %, 27 % and 34 %, respectively), as opposed to the GRACE Score that showed predominant distribution at low risk (80 %, 13 % and 7%, respectively). Case-fatality was 11%. The C-statistics of the TIMI score was 0.87 (95%CI = 0.76 to 0.98), similar to GRACE (0.87, 95%CI = 0.75 to 0.99) - p = 0.71. The TIMI score showed satisfactory calibration represented by χ2 = 1.4 (p = 0.92), well above the calibration of the GRACE score, which showed χ2 = 14 (p = 0.08). This calibration is reflected in the expected incidence ranges for low, intermediate and high risk, according to the TIMI score (0 %, 4.9 % and 25 %, respectively), differently to GRACE (2.4%, 25% and 73%), which featured middle range incidence inappropriately. Conclusion: Although the scores show similar discriminatory capacity for hospital death, the TIMI score had better calibration than GRACE. These findings need to be validated populations of different risk profiles.