ABSTRACT Foucault acknowledges, in his analyses of the 1970s, that Oedipus means a rupture between specific knowledge and political power. For him, there is, both in Plato and Sophocles, resistance to the social model in which the sovereign held the power of mantica, justice and political life. For both, what must disappear is the image of the wise king, who upholds, governs, pilots, and straightens out the city, releasing it from the plague and famine; and his rejuvenated version, the tyrant, who saves the city, but does so by turning away from the oracle of the gods. The Oedipal story is, therefore, the passage of political power linked to the transgressions and struggles for political power understood, since then, as purity, blindness and ignorance.
RESUMO Foucault reconhece, em suas análises da década de 1970, que Édipo significa uma ruptura entre o saber específico e o poder político. Para ele, há tanto em Platão como em Sófocles resistência ao modelo social no qual o soberano detinha o poder da mântica, da justiça e da vida política. O que deve desaparecer, para ambos, é a imagem do rei sábio, que sustenta, governa, pilota, endireita a cidade e a livra da peste e da fome, e a sua versão rejuvenescida, o tirano, que salva a cidade, mas o faz desviando-se do oráculo dos deuses. A história edipiana é, portanto, a passagem do poder político ligado às transgressões e às lutas para o poder político entendido, desde então, como pureza, cegueira e ignorancia.