OBJETIVO: Avaliar o efeito de variáveis socioeconômicas, peso ao nascer, duração da amamentação e mudança de renda sobre a glicemia ao acaso em jovens adultos. MÉTODOS: Estudo sobre coorte de nascidos em 1982, quando os 5.914 nascimentos hospitalares ocorridos na cidade de Pelotas foram identificados e as mães entrevistadas. As crianças, cujas famílias residiam na área urbana da cidade, foram acompanhadas diversas vezes. Em 2004-5, 4.927 indivíduos da coorte foram entrevistados e 3.730 tiveram sangue da polpa digital coletado para medida da glicemia casual. Foi avaliada a associação entre glicemia casual e cor da pele, renda familiar ao nascer, escolaridade materna, mudança de renda entre 1982 e 2004-5, peso ao nascer e duração da amamentação. RESULTADOS: A média da glicemia foi de 97,3±15,1mg/dL, sendo maior entre os homens. Nenhuma das variáveis estudadas esteve associada com a glicemia dos homens. Entre as mulheres, a escolaridade materna, a renda familiar aos 23 anos e o peso ao nascimento estiveram inversamente associados com a glicemia. Contudo, o efeito do peso ao nascer perdeu a significância estatística na análise multivariável. CONCLUSÕES: O peso ao nascer e a duração da amamentação não apresentaram efeito em longo prazo sobre a glicemia casual, apenas a escolaridade materna e a renda atual estiveram associados com a glicemia casual nas mulheres.
OBJECTIVE: To evaluate the effects of socioeconomic variables, birth weight, duration of breastfeeding and income changes on random blood glucose levels among young adults. METHODS: This was a study on the birth cohort from 1982, when the 5,914 hospital births that occurred in the city of Pelotas (Southern Brazil) were identified and the mothers were interviewed. The children whose families lived in the urban area of the city were followed up several times. In 2004-5, 4,927 individuals of the cohort were interviewed and blood was collected from the fingertips of 3,730 of them for random blood glucose measurements. Associations between random blood glucose levels and skin color, family income at birth, maternal schooling, income change between 1982 and 2004-5, birth weight and duration of breastfeeding were evaluated. RESULTS: The mean blood glucose level was 97.3 ± 15.1mg/dL, and it was greater among the men. None of the variables studied was associated with the men's blood glucose level. Among the women, maternal schooling, family income at 23 years of age and birth weight were inversely associated with blood glucose levels. However, birth weight lost its statistical significance in the multivariable analysis. CONCLUSIONS: Birth weight and duration of breastfeeding did not present any long-term effect on random blood glucose levels. Only maternal schooling level and present income presented associations with random blood glucose levels among the women.
OBJETIVO: Evaluar el efecto de variables socioeconómicas, peso al nacer, duración del amamantamiento y cambio de renta sobre la glicemia al azar en jóvenes adultos. MÉTODOS: Estudio sobre cohorte de nacidos en 1982, cuando los 5.914 nacimientos hospitalares ocurridos en la ciudad de Pelotas fueron identificados y las madres entrevistadas. Los niños, cuyas familiar residían en el área urbana de la ciudad, fueron acompañadas diversas veces. En 2004-5, 4.927 individuos de la cohorte fueron entrevistados y 3.730 tuvieron sangre de la pulpa digital colectada para medir la glicemia casual. Fue evaluada la asociación entre glicemia casual y el color de la piel, renta familiar al nacer, escolaridad materna, cambio de renta entre 1982 y 2004-5, peso al nacer y duración del amamantamiento. RESULTADOS: El promedio de la glicemia fue de 97,3±15,1mg/dL, siendo mayor entre los hombres. Ninguna de las variables estudiadas estuvo asociada con la glicemia de los hombres. Entre las mujeres, la escolaridad materna, la renta familiar a los 23 años y el peso al nacer estuvieron inversamente asociados con la glicemia. Aún así, el efecto del peso al nacer perdió la significancia estadística en el análisis multivariable. CONCLUSIONES: El peso al nacer y la duración del amamantamiento no presentaron efecto a largo plazo sobre la glicemia casual, apenas la escolaridad materna y la renta actual estuvieron asociadas con la glicemia casual en las mujeres.