RESUMEN En Belice, la propiedad de la tierra se instituye en contextos coloniales marcados por una gran precariedad jurídica que desemboca en una gran complejidad político-territorial. El proceso de institución de la propiedad se da en varias fases que corresponden a etapas de la construcción colonial, cada una de las cuales genera distintos modelos de negociación e interacción entre comunidades políticas en torno a la propiedad de la tierra. Mediante revisión documental y entrevistas, se ve cómo las nociones y categorías jurídicas se suceden unas a las otras sin llegar a sustituirse, pero generan configuraciones entrelazadas, empalmes y superposiciones que desembocan en situaciones de extrema confusión. Para entender las confusiones y sus trasfondos políticos, el artículo propone como método seguir la evolución del saber territorial jurídico a través una genealogía institucional de la propiedad en cuatro etapas, a lo largo de los siglos XIX-XX.
ABSTRACT In Belize, land property rights have been instituted in colonial contexts marked by great precariousness, and juridical and political complexity. The process of the institution of land property registry took place in several phases that correspond to stages of colonial construction, each one generating different types of negotiation and interaction between political communities. The notions and legal categories elaborated around land property followed one another without replacing each other, and they reached interlaced configurations, splices, and overlays that lead to situations of extreme confusion. To understand the confusion and its political backgrounds, we propose a methodology that follows the legal territorial knowledge's evolution through an institutional genealogy of property in four stages, over the nineteenth and the twentieth centuries.
RESUMO No Belize a propriedade da terra se institui em contextos coloniais marcados por uma grande precariedade jurídica que resulta, finalmente, em uma forte complexidade político-territorial. O processo de instituição da propriedade dá-se em várias fases que correspondem a etapas da construção colonial, cada uma gerando diferentes modelos de negociação e interação entre comunidades políticas em torno à propriedade da terra. Através de revisão documental e entrevistas, é possível ver como as noções e categorias jurídicas se sucedem umas às outras sem conseguir substituir-se, chegando a configurações de entrelaçamento, junções, e sobreposições que resultam em situações de extrema confusão. Para entender as confusões e seus contextos políticos, o artigo propõe, como método, seguir a evolução do saber territorial jurídico através de uma genealogia institucional da propriedade em quatro etapas, ao longo de dois séculos (XIX-XX).