Resumen: El presente artículo analiza una experiencia de adaptación metodológica implementada en una investigación que se desarrolla en plena crisis sanitaria causada por la pandemia de covid-19. Nuestro estudio, que tiene por objeto analizar las interacciones entre profesionales psicosociales y jurídicos en instituciones del ámbito de justicia en dos regiones de Chile, inició con un diseño metodológico etnográfico presencial e in situ. Sin embargo, a raíz del cambio en las condiciones laborales que provocaron las restricciones a la movilidad de las personas y a la presencialidad en estos entornos, resultó necesario evaluar cómo continuar el trabajo etnográfico bajo estas limitaciones. A través de la reflexión y el análisis constante de nuestras experiencias de implementación de esta investigación, diseñamos una etnografía virtual que abordaba tanto instancias sincrónicas como asincrónicas. Concluimos que, con el uso de metodologías virtuales, el rapport con las/os informantes se vuelve fundamental para la reconstrucción dialéctica del relato, donde las notas de campo son un factor clave para construir la atmósfera, como plantea Tim Ingold. A su vez, se releva la importancia de flexibilizar y someter a constante reflexión los instrumentos metodológicos, con el fin de adecuarnos a contextos de restringido acceso presencial y cara a cara. Finalmente, este artículo aporta a la reflexión sobre etnografías virtuales, en tanto presenta una posibilidad para descubrir nuevas maneras de realizar etnografía en contextos multisituados y en crisis; muchos de los cuales, estimamos, permanecerán y serán parte integral del oficio investigativo.
Resumo: Neste artigo, uma experiência de adaptação metodológica é analisada, a qual foi implementada numa pesquisa desenvolvida em plena crise sanitária pela pandemia ocasionada pela covid-19. Nosso estudo, que tem o objetivo de analisar interações entre profissionais psicossociais e jurídicos em instituições do âmbito de justiça em duas regiões do Chile, iniciou com um desenho metodológico etnográfico presencial e in situ. Contudo, devido à mudança nas condições de trabalho que provocaram as restrições de mobilidade das pessoas e da presencialidade nesses ambientes, foi necessário avaliar como continuar o trabalho etnográfico sob essas limitações. Por meio da reflexão e da análise constante de nossas experiências de implementação desta pesquisa, elaboramos uma etnografia virtual que abordou tanto instâncias sincrônicas como assincrônicas. Concluímos que, com o uso de metodologias virtuais, o rapport com as e os informantes se torna fundamental para reconstruir dialeticamente o relato, em que as anotações de campo são um fator-chave para construir a atmosfera, como propõe Tim Ingold. Ao mesmo tempo, é revelada a importância de flexibilizar os instrumentos metodológicos e submetê-los à constante reflexão a fim de nos adaptar a contextos de acesso presencial restringido e cara a cara. Por último, este artigo contribui para refletir sobre etnografias virtuais, já que apresenta uma possibilidade para descobrir maneiras de realizar a etnografia em contextos multissituados e em crise, muitos dos quais, estimamos, permanecerão e farão parte integral do fazer investigativo.
Abstract: This article analyzes an experience of methodological adaptation, implemented in a research study carried out in the midst of a health crisis caused by the COVID-19 pandemic. The purpose of our study was to analyze the interactions between psychosocial and legal professionals in justice institutions in two Chilean regions, using a face-to-face and in situ ethnographic methodological design. However, as a result of the change in working conditions brought about by the restrictions on people’s mobility and presence in these environments, we found it necessary to evaluate how to continue the ethnographic work under these limitations. Through constant reflection and analysis of our experiences in implementing this research, we designed a virtual ethnography that addressed both synchronous and asynchronous instances. We conclude that the use of virtual methodologies renders the rapport with the informants fundamental for the dialectic reconstruction of the story, where, as suggested by Tim Ingold, field notes are a key factor to build the atmosphere. We also highlight the importance of making methodological instruments more flexible and of constantly considering ways of adapting them to contexts of restricted on-site and face-to-face access. Finally, this article contributes to discussions on virtual ethnographies insofar as it presents a possibility to discover new ways of conducting ethnography in multisite contexts and in crisis. Many of these, we believe, will remain and will be an integral part of research work.