A assistência pós-parto às mulheres na atenção primária à saúde (APS) é importante para a redução da morbimortalidade destas, porém não há uma teoria desta assistência claramente descrita e os estudos avaliativos são escassos. Este trabalho objetivou desenvolver e sistematizar um modelo avaliativo da assistência às mulheres no pós-parto na APS, verificando sua avaliabilidade. Realizou-se um Estudo de Avaliabilidade por meio de revisão da literatura nacional e internacional, revisão de documentos nacionais e entrevistas com stakeholders. Tais evidências fundamentaram a elaboração do modelo avaliativo que foi validado em conferência de consenso. Utilizou-se análise temática para a análise dos dados. O estudo elaborou a teoria do programa, em que a assistência pós-parto na APS precisa idealmente ocorrer de forma integral, conforme as necessidades de saúde física, psicológica, emocional e social; considerar a individualidade das mulheres com filhos vivos ou em situações de óbito fetal/infantil; iniciar no pré-natal e ter continuidade no pós-parto, com envolvimento das famílias/companheiros(as). A teoria do programa estabeleceu a contextualização e um desenho lógico com objetivo, metas, atividades, produtos, resultados e impacto, até então não sistematicamente explicitados na literatura e documentos. Verificou-se que a assistência pós-parto é avaliável por meio de uma análise de implantação e que a teoria do programa definida pode ser utilizada por diversos atores, tanto em nível nacional quanto internacional, para implantar e/ou aprimorar a assistência integral às mulheres no pós-parto.
Postpartum care for women in primary healthcare (PHC) is important for reducing their morbimortality, but there is no clearly described theory on such care, and the assessment studies are rare. This study aimed to develop and systematize an assessment model for women’s postpartum care in PHC, verifying it evaluability. An evaluability study was performed using a Brazilian and international literature review, review of national documents, and interviews with stakeholders. Such evidence backed the elaboration of an assessment model that was validated in a consensus workshop. The data were analyzed with thematic analysis. The study elaborated the program’s theory, in which postpartum care in PHC ideally takes place with a comprehensive approach to the woman’s physical, psychological, emotional, and social needs, considering the individuality of women with liveborn children or in situations of fetal/neonatal death, initiating prenatal care and continuity in the postpartum period, and with the involvement of spouses and other family members. The program’s theory established the program’s contextualization and logical design, with objectives, targets, activities, outputs, results, and impact, previously not explained systematically in the literature and documents. Postpartum care was found to be evaluable through an implementation analysis, and the program’s theory was defined, with the potential for use by various stakeholders at both the national and international levels to implement and/or improve comprehensive postpartum care for women.
La asistencia posparto a mujeres en la atención primaria de salud (APS) es importante para la reducción de la morbimortalidad entre ellas, no obstante, no existe una teoría de esa asistencia claramente descrita y los estudios evaluativos son escasos. El objetivo de este estudio fue desarrollar y sistematizar un modelo evaluativo de la asistencia a mujeres durante el posparto en la APS, verificando su evaluabilidad. Se realizó un estudio de evaluabilidad mediante la revisión de la literatura nacional e internacional, revisión de documentos nacionales y entrevistas con grupos de interés. Tales evidencias fundamentaron la elaboración del modelo evaluativo que se validó en una conferencia de consenso. Se utilizó un análisis temático para el análisis de datos. El estudio elaboró la teoría del programa, donde la asistencia posparto en la APS necesita producirse idealmente de forma integral, conforme las necesidades de salud física, psicológica, emocional y social; considerar la individualidad de las mujeres con hijos vivos o en situaciones de óbito fetal/infantil; iniciar el cuidado prenatal y tener continuidad en el posparto, con implicación de las familias/compañeros(as). La teoría del programa estableció la contextualización y un diseño lógico del programa, con objetivos, metas, actividades, productos, resultados e impacto, hasta entonces no sistemáticamente explicitados en la literatura y documentos. Se verificó que la asistencia posparto está disponible mediante un análisis de implantación y que la teoría del programa definido puede utilizarse por parte de diversos actores, tanto a nivel nacional, como internacional, para implantar y/o perfeccionar la asistencia integral a las mujeres en el posparto.