Resumen El presente artículo buscó comprender lo que entienden mujeres desplazadas, cabezas de familia, atendidas por la Asistencia Social de Brasil, sobre su proceso de desplazamiento y la actuación del Estado frente a este. A través del Análisis Crítico del Discurso se identificó que, aunque son varias las atribuciones causales al desplazamiento - como el riesgo ambiental y la violencia - lo que realmente atraviesa las experiencias de estas mujeres es una urbanización excluyente, vivida a lo largo de la historia de estas familias, que las llevó a una ocupación de espacios inapropiados para vivir, como la orilla de arroyos y terrenos no aptos, que terminaron siendo riesgosos y desalojando a las familias a mediano plazo. Esa situación fue entendida por las participantes cómo un proceso natural a su condición social, pero no como un resultado de la negligencia por parte del Estado. Los resultados indican aun que las formas de desplazamiento forzado están articuladas y que el desplazamiento ambiental, sirve como una retórica estatal para justificar desplazamientos relacionados con históricos de violencia y negligencia por parte del Estado.
Abstract This article sought to understand what displaced women, heads of families, assisted by the Social Assistance of Brazil, understand about their displacement process and the State’s actions against it. Through Critical Discourse Analysis it was identified that, although there are several causal attributions to displacement - such as environmental risk and violence - what really runs through the experiences of these women is an exclusive urbanization, lived throughout the history of these families, which led them to occupy inappropriate spaces to live, such as the banks of streams and unsuitable land, which ended up being risky and dislodging the families in the medium term. This situation was understood by the participants as a natural process to their social condition, but not as a result of negligence on the part of the State. The results even indicate that the forms of forced displacement are articulated and serves as a state rhetoric to justify displacements related to historical violence and negligence on the part of the State.
Résumé Cet article cherchait à comprendre ce que les femmes déplacées, chefs de famille, aidés par l’assistance sociale du Brésil, comprennent de leur processus de déplacement et des actions de l’État contre lui. Grâce à l’analyse critique du discours, il a été identifié que, bien qu’il y ait plusieurs attributions causales au déplacement - telles que le risque environnemental et la violence - ce qui traverse réellement les expériences de ces femmes est une urbanisation exclusive, vécue tout au long de l’histoire de ces familles, qui a conduit à occuper des espaces de vie inappropriés, tels que les berges des ruisseaux et des terrains inadaptés, qui finissent par être risqués et déloger les familles à moyen terme. Cette situation a été comprise par les participants comme un processus naturel de leur condition sociale, mais non comme le résultat d’une négligence de la part de l’État. Les résultats indiquent également que les formes de déplacement forcé sont articulées et servent de rhétorique étatique pour justifier les déplacements liés à des histoires de violence et de négligence de la part de l’Etat.
Resumo Este artigo buscou compreender o que as mulheres deslocadas, chefes de família, assistidas pela Assistência Social do Brasil, entendem sobre o seu processo de deslocamento e as ações do Estado contra ele. Por meio da Análise Crítica do Discurso identificou-se que, embora existam várias atribuições causais ao deslocamento - como risco ambiental e violência - o que realmente perpassa as vivências dessas mulheres é uma urbanização excludente, vivida ao longo da história dessas famílias, que as levou a ocuparem espaços inadequados para morar, como margens de riachos e terrenos inadequados, o que acabou gerando mais risco e desalojando as famílias a médio prazo. Essa situação foi entendida pelas participantes como um processo natural de sua condição social, mas não como resultado de um descaso por parte do Estado. Os resultados indicam que as formas de deslocamento forçado são articuladas e servem à retórica estatal para justificar deslocamentos relacionados à violência histórica e negligência por parte do próprio Estado.