Resumo Investigamos a relação entre parentalidade e carreira em uma corporação norueguesa no Brasil, pelas lentes da teoria das Organizações Generificadas de Joan Acker. A estrutura de Acker, especialmente o Processo 4: “o trabalho mental interno de indivíduos dando sentido ao seu lugar e oportunidades na organização generificada” é útil nos níveis social, organizacional e individual. Desenvolvemos a estrutura comparando o trabalho mental de homens e mulheres em relação à parentalidade e oportunidades de carreira. Os resultados mostram que as mulheres querem licença maternidade mais longa, sabendo que a maternidade é um obstáculo. Os homens não querem licença paterna mais longa e não veem a paternidade como obstáculo. No entanto, ambos concordam a respeito do apoio da empresa à vida familiar. Questionamos a ideia de “escolhas” para as mulheres, uma vez que a maternidade é central quando se analisam os obstáculos à carreira. A discriminação é direta; as mulheres veem, mesmo que não saibam exatamente como funciona. “Ter Tudo” é um tema central da insatisfação das mulheres, tanto no Brasil quanto em outros lugares. A exportação de igualdade de gênero no contexto desta empresa multinacional pode ser mais uma expectativa, percepção e/ou mito do que uma realidade, apesar dos discursos oficiais. Uma análise das pesquisas de Acker e autoras brasileiras aponta a necessidade de abordar organizações/carreiras x família considerando parentalidade e trabalho do cuidado, ao invés de maternidade apenas. Este trabalho oferece contribuições práticas para a discussão da diversidade e sugerimos, para estudos posteriores, a inclusão de raça/etnia, orientação sexual e classe. 4 generificada social individual obstáculo entanto familiar escolhas “escolhas direta funciona Ter Tudo lugares expectativa eou ou realidade oficiais organizaçõescarreiras organizações carreiras cuidado apenas sugerimos posteriores raçaetnia raça etnia raça/etnia classe
Abstract We investigate the relationship between parentality and careers in a Norwegian corporation in Brazil, and using Joan Acker’s theory Gendered Organizations, we study how parental life could affect work life. Acker’s framework, especially Process 4: ‘the internal mental work of individuals making sense of their place and opportunities in the gendered organization’ is useful on societal, organizational and individual levels. We develop the framework by comparing men’s and women’s mental work regarding parentality and career opportunities. Results show that women want longer leaves, knowing that maternity is an obstacle. Men do not want longer father leave, and do not see fatherhood as obstacle. However, women agree with men about the company being supportive of their family life. We question the idea of “choices” for women since maternity is central when obstacles to careers are analyzed. Discrimination is blunt; women see it, even if they do not know how exactly it works. “Having it all” is a central theme of lack of satisfaction for women, in Brazil as elsewhere. Exporting gender equality in the context of this multinational company might be more an expectation, perception and/or myth than a reality, despite the current official statements. An analysis based on Acker and Brazilian authors point to the need of approaching organizations/careers x family considering e.g. parentality and care work, rather than maternity only. This work offers practical contributions to the diversity discussion and we suggest, for further studies, inclusion of e.g. race/ethnicity, sexual orientation, and class. Ackers s Organizations 4 organization societal levels mens womens leaves obstacle leave However choices “choices analyzed blunt works Having all elsewhere expectation andor or reality statements organizationscareers organizations eg e g e.g only suggest studies raceethnicity race ethnicity race/ethnicity orientation class