Resumo: As intervenções comportamentais têm sido componentes essenciais das abordagens de prevenção do HIV, especialmente daquelas que visam promover práticas sexuais seguras. Realizamos uma pesquisa bibliográfica abrangente sem restrições de linguagem entre 1980 e julho de 2014, visando identificar ensaios randomizados e não randomizados que investigassem intervenções comportamentais que: incluíssem mulheres vivendo com HIV; focassem na promoção do uso de preservativo; apresentassem ou analizassem resultados por gênero; realizasse acompanhamento por três meses ou mais; e considerasse pelo menos um resultado comportamental ou biológico relacionado ao HIV. Oito estudos com um total de 1.355 mulheres vivendo com HIV foram incluídos nas meta-análises e 13 estudos foram qualitativamente descritos. Quando comparadas com o tratamento padrão ou intervenção mínima de apoio, as intervenções comportamentais não demonstraram efeito no aumento do uso do preservativo no seguimento de 3 meses (RR = 0,92; IC95%: 0,73, 1,16; p = 0,48), no seguimento de 6 meses (RR = 1,13; IC95%: 0,96, 1,34; p = 0,15), e no seguimento de 12 meses (RR = 0,91; IC95%: 0,77, 1,08; p = 0,30). Intervenções comportamentais também não demonstraram efeito positivo na redução de relações sexuais desprotegidas aos 6 meses (MD = -1,80; IC95%: -4,21, 0,62; p = 0,14) e aos 12 meses de seguimento (MD = -1,39; IC95%: -2,29, 0,21; p = 0,09). Estes resultados devem ser interpretados com cautela, uma vez que se baseiam em poucos estudos. São necessárias novas pesquisas para avaliar os potenciais ganhos de uma combinação de intervenções que promovam comportamentos sexuais seguros, com uma abordagem de gênero e de redução de danos, particularmente em países em desenvolvimento onde as taxas de infecção pelo HIV permanecem altas.
Abstract: Behavioral interventions have been essential components of HIV prevention approaches, especially those aimed to promote safe sexual practices. We conducted a comprehensive literature search without language restrictions between 1980 and July 2014 to identify randomized controlled trials or controlled studies investigating behavioral interventions which: included women living with HIV; focused on condom use promotion; presented/analyzed outcomes by gender; used a 3-month follow-up or more; and considered at least one HIV-related behavioral or biological outcome. Eight studies comprising a total of 1,355 women living with HIV were included in the meta-analyses, and 13 studies were qualitatively described. When compared to standard care or minimal support intervention, behavioral interventions did not demonstrate an effect on increasing consistent condom use at the 3-month follow-up (RR = 0.92; 95%CI: 0.73, 1.16; p = 0.48), 6-month follow-up (RR = 1.13; 95%CI: 0.96, 1.34; p = 0.15), and 12-month follow-up (RR = 0.91; 95%CI: 0.77, 1.08; p = 0.30). Behavioral interventions also failed to reach positive effect in reduction of unprotected sexual intercourse at 6-months (MD = -1.80; 95%CI: -4.21, 0.62; p = 0.14) and 12-months follow-up (MD = -1.39; 95%CI: -2.29, 0.21; p = 0.09). These findings should be interpreted with caution since they are based on a few small trials. New researches are needed to assess the potential gains from a combination of interventions that promote safe sexual behavior with a harm reduction and gender approach, particularly in developing countries where HIV infection rates remain high.
Resumen: Las intervenciones comportamentales han sido componentes esenciales de los enfoques de prevención del VIH, especialmente de aquellos que tienen por objetivo promover prácticas sexuales seguras. Realizamos una investigación bibliográfica amplia, sin restricciones de lengua, entre 1980 y julio de 2014, teniendo por objetivo identificar ensayos randomizados controlados o estudios controlados que investigaran intervenciones comportamentales que: incluyeran a mujeres viviendo con VIH; se enfocaran en la promoción del uso de preservativo; presentaran o analizaran resultados por género; realizara un seguimiento durante tres meses o más; y considerara -por lo menos- un resultado comportamental o biológico relacionado con el VIH. Ocho estudios con un total de 1.355 mujeres viviendo con VIH se incluyeron en los metaanálisis y 13 estudios fueron cualitativamente descritos. Cuando se comparan con el tratamiento patrón o intervención mínima de apoyo, las intervenciones comportamentales no demostraron un efecto en el aumento del uso del preservativo en el seguimiento de 3 meses (RR = 0,92; IC95%: 0,73, 1,16; p = 0,48), en el seguimiento de 6 meses (RR = 1,13; IC95%: 0,96, 1,34; p = 0,15), y en el seguimiento de 12 meses (RR = 0,91; IC95%: 0,77, 1,08; p = 0,30). Las intervenciones comportamentales tampoco demostraron un efecto positivo en la reducción de relaciones sexuales desprotegidas a los 6 meses (MD = -1,80; IC95%: -4,21, 0,62; p = 0,14) y a los 12 meses de seguimiento (MD = -1,39; IC95%: -2,29, 0,21; p = 0,09). Estos resultados deben ser interpretados con cautela, ya que se basan en pocos ensayos. Es necesaria una nueva investigación para evaluar las potenciales ganancias de una combinación de intervenciones que promuevan comportamientos sexuales seguros, con un enfoque de género y de reducción de daños, particularmente en países en desarrollo, donde las tasas de infección por el VIH permanecen altas.