Foram realizados experimentos de campo, em Ribeirão Preto e Pindorama (SP), no ano agrícola de 1996/97, com o objetivo de avaliar o uso da chuva na previsão de épocas de pulverização para racionalizar o controle da mancha-preta e da mancha-castanha em amendoim. Cada experimento constituiu-se de cinco tratamentos, em blocos ao acaso com cinco repetições, utilizando-se, em todos os experimentos, o cultivar Tatu. Os tratamentos empregados foram: (A) testemunha, sem controle das doenças; (B) quatro pulverizações em datas fixas, a cada 14 dias, com início aos 42 dias após a semeadura; indicação de pulverização após a ocorrência de dois (C), quatro (D) ou seis (E) dias com chuvas diárias >2,5 mm, consecutivos ou não, com monitoramento da chuva no período entre o 35o e o 90o dia após a semeadura. As pulverizações foram realizadas com chlorothalonil, na dosagem recomendada. Para avaliar o desempenho dos tratamentos, mediram-se: índice de severidade (I%), em amostragens semanais realizadas a partir do quarto decêndio após a semeadura, sendo a intensidade das doenças durante o ciclo estimada pela área sob a curva de progresso de cada doença (ASCPD), bem como sua soma (ASCPDT). Também se avaliaram os índices de produção: produtividade (kg.ha-1), rendimento em sementes (%) e massa de 200 sementes. Segundo os resultados dos experimentos, os tratamentos com indicação de pulverização após a ocorrência de dois ou quatro dias com chuva >2,5 mm, revelaram dados semelhantes ao tratamento com pulverizações fixas, nos itens: intensidade de doença (ASCPDT) e produtividade da cultura. O desempenho desses três tratamentos foi superior à testemunha e àquele com indicação de pulverização após a ocorrência de seis dias com chuva >2,5 mm. Devido à ocorrência de elevado número de dias com precipitação pluvial no período, foi possível, nos dois experimentos, apenas a redução de uma pulverização no tratamento D em relação ao tratamento com pulverizações fixas. No C, a recomendação de pulverização com fungicidas foi praticamente semelhante ao de pulverizações fixas.
Field experiments were carried out at Ribeirão Preto and Pindorama, São Paulo State, Brazil, to evaluate the use of rainfall to predict the scheduling of fungicide applications to peanut early and late leaf spots control. Experiments were designed in completely randomized blocks with five replications. The following treatments were studied: (A) control, with no sprays to control leaf spots; (B) 4 sprays, on a 14-day application schedule, beginning at the 42nd day after planting; fungicide application after the occurrence of two (C), four (D) and six (E) days with daily rainfall > 2.5 mm, consecutive or not. The rainfall was monitored between 35th and 90th day after planting. The fungicide applications were made using chlorothalonil. Disease evaluations were made by a severity index, in leaflet samples at weekly intervals starting at the 30th day after planting. For each disease, disease severity was calculated by the area under the disease progress curve. A third variable was also obtained by adding the values of both diseases. The following evaluations were also made after harvesting and drying naturally: yield of unshelled peanuts kg.ha-1, shelling percentage and weight of 200 seeds. The results showed that the treatment: spraying after occurrence of 2 and 4 days with rainfall > 2.5 mm had the same performance as the 4-spraying treatment, considering disease severity and yield. These three treatments showed also better performance than those of the control and the treatment E. The occurrence of a high number of rainy days during the period of the study, allowed a reduction of only one spray for the treatment D as compared to the 4-spraying treatment, while the treatment C was similar to the control.