OBJETIVO: Analisar os aspectos demográficos da população em estudo, o tempo decorrido desde o início da queixa de cefaléia até a busca pelo serviço, assim como o diagnóstico das cefaléias primárias e secundárias. MÉTODO: 3328 pacientes foram analisados retrospectivamente de acordo com sexo, idade, raça, escolaridade, tempo decorrido entre o início da cefaléia e a busca ao médico e diagnóstico (ICHD-II, 2004). RESULTADOS: A razão Mulher/Homem foi 4:1, ambos com média de idade 40,7±15anos, não havendo diferença significativa entre os sexos. Aproximadamente 65% dos pacientes eram brancos e 55% tinha menos de 8 anos de escolaridade. A duração da queixa de cefaléia até a primeira consulta foi de 1 a 5 anos em 32,99% dos pacientes. Os diagnósticos mais prevalentes foram: migrânea (37,98%), cefaléia do tipo tensional-CTT (22,65%) e cefaléia em salvas (2,73%). CONCLUSÃO: Existem poucos dados epidemiológicos de pacientes atendidos em serviços terciários, principalmente em países subdesenvolvidos. De acordo com a literatura, a migrânea foi mais prevalente que a CTT. Também é relevante observar a baixa escolaridade da população, assim como o grande tempo de espera até a primeira consulta. Um número incomum de pacientes com síndrome de cefaléia hípnica foi observado na amostra.
OBJECTIVE: To analyze the demographic features of the population sample, the time of headache complaint until first consultation and the diagnosis of primary and secondary headaches. METHOD: 3328 patients were analyzed retrospectively and divided according to gender, age, race, school instruction, onset of headache until first consultation and diagnosis(ICHD-II, 2004). RESULTS: Sex ratio (Female/Male) was 4:1, and the mean age was 40.7±15 years, without statistical differences between sexes. Approximately 65% of the patients were white and 55% had less than eight years of school instruction. Headache complaint until first consultation ranged from 1 to 5 years in 32.99% patients. The most prevalent diagnosis were migraine (37.98%), tension-type headache-TTH (22.65%) and cluster headache (2.73%). CONCLUSION: There are few data on epidemiological features of headache clinic populations, mainly in developing countries. According to the literature, migraine was more frequent than TTH. It is noteworthy the low school instruction of this sample and time patient spent to seek for specialized attention. Hypnic headache syndrome was seen with an unusual frequency.