Resumo Como antecedente da pesquisa, destaca-se o uso de pesquisas biográficas que é de recente aplicação no campo da sexualidade, por essa razão, tem sido um enfoque pouco explorado para compreender os eventos e transições sociossexuais em homens ou mulheres com práticas homoeróticas. A respeito dos métodos, aplicou-se uma enquete retrospectiva (biográfica) a 408 homens e 301 mulheres com práticas homoeróticas, entre 18 e 55 anos, no Eje Cafetero colombiano em 2012. Para a análise da informação, definiram-se coortes de nascimento e de união que constituem estratégias-chave para interpretar a uf informação biográfica. Também se realizou uma revisão em imprensa e literatura escrita sobre homoerotismo, entre 1921-1985. Os achados da pesquisa permitem concluir que até os anos i960, no Eje Cafetero, a imprensa escrita apresenta poucas referências explícitas da homossexualidade e, quando se mencionava, estava associada com a perda da moral e dos bons costumes e, com um chamado às autoridades a exercer o controle. Na década dos 1970, emerge a representação do corpo travesti associado com a transgressão de gênero e a criminalidade. Em seguida, o período compreendido entre 1985 e 2011 está marcado por uma forte institucionalização da vida erótica e afetiva, expressa na cada vez maior preponderância de bares gays e da internet como cenário que configura as interações sociossexuais. Do mesmo modo, aprecia-se uma tendência a uma menor duração das relações de pessoas de mesmo sexo. Em termos de trajetórias de união, 63 % das mulheres têm biografias sexuais permeadas pela heterossexualidade; nos homens, essa proporção chega a 40 %; os homens são mais monogamicos quando estabelecem uma relação com alguém do mesmo sexo do que as mulheres (86,5 % vs. 74,5 %). Conclusões: este estudo permite compreender o complexo emaranhado do homoerotismo numa região particular, onde se entrelaçavam práticas sexuais diversas, simultâneas e, em ocasiões, não exclusivas, o que implica superar o olhar dicotômico do homoerotismo e da heterossexualidade como campos isolados.
Resumen Como antecedente de la investigación se destaca el uso de encuestas biográficas que es de reciente aplicación en el campo de la sexualidad; por esta razón ha sido un enfoque poco explorado para comprender los eventos y transiciones socio-sexuales en hombres o mujeres con prácticas homoeróticas. En relación con los métodos, se aplicó una encuesta retrospectiva (biográfica) a 408 hombres y 301 mujeres con prácticas homoeróticas, entre 18 y 55 años de edad, en el Eje Cafetero colombiano en el 2012. Para el análisis de la información se definieron cohortes de nacimiento y de emparejamiento que constituyen estrategias clave para interpretar la información biográfica. También se adelantó una revisión en prensa y literatura escrita sobre homoerotismo, entre 1921-1985. Los hallazgos de la investigación permiten concluir que hasta los años sesenta del siglo XX, en la zona del Eje Cafetero la prensa escrita presenta pocas referencias explícitas de la homosexualidad, y cuando se mencionaba estaba asociada con la pérdida de la moral y de las buenas costumbres y, con un llamado a las autoridades a ejercer control. En la década de los setenta emerge la representación del cuerpo travesti asociado con la transgresión de género y la criminalidad. Posteriormente, el periodo comprendido entre 1985-2011 está marcado por una fuerte institucionalización de la vida erótica y afectiva, expresada en la cada vez mayor preponderancia de bares gais y la internet como escenario que configura las interacciones socio-sexuales. Del mismo modo, se aprecia una tendencia a una menor duración de las relaciones de pareja entre personas del mismo sexo. En términos de trayectorias de emparejamiento, el 63 % de las mujeres tiene biografías sexuales permeadas por la heterosexualidad; en los varones esta proporción llega al 40 %; los hombres son más monogámicos cuando establecen una relación de pareja del mismo sexo que las mujeres (86,5 % vs. 74,5 %). El estudio permite comprender el complejo entramado del homoerotismo en una región particular, donde se hilvanan prácticas sexuales diversas, simultáneas y, en ocasiones, no exclusivas, lo que implica superar la mirada dicotómica del homoerotismo y la heterosexualidad como campos aislados.
Abstract As background to the study, the article highlights the use of biographical surveys as a recent application in the field of sexuality; for this reason it has been an approach little used to understand socio-sexual events and transitions in men or women engaging in homoerotic practices. In this study, a retrospective survey (biographical) of 408 men and 301 women between 18 and 55 years of age engaging in homoerotic practices was applied in the Colombian Coffee Axis in 2012. The information was analyzed using birth and pairing variables, a key strategy for interpreting biographical information. A review was also done of the press and literature for 1921-1985 with regards to homoeroticism. The findings show that until the 1960s, the written press in the Coffee Axis had few references to homosexuality, and any that were made were associated with loss of moral and good customs, with a call to the authorities to exercise control. In the Seventies the transvestite body emerges, associated with transgression of gender and criminality. Subsequently, the 1985-2011 period is marked by a strong institutionalization of erotic and affective life, expressed in the growing preponderance of gay bars and the internet as a setting that configures socio-sexual interactions. Similarly, there is a trend to a shorter duration of relationships between people of the same sex. In terms of pairing, 63% of women have sexual biographies permeated by heterosexuality; in men this proportion reaches 40%; men are more monogamous when they establish a same sex relationship than women (86.5% vs. 74.5 %). In it's conclusions the study highlights the complex network of homoeroticism in a particular region, where diverse sexual practices, simultaneous and sometimes non-exclusive, interweave; this implies the overcoming of the dichotomous view of homoeroticism and heterosexuality as isolated camps.