OBJETIVO: Avaliar a prevalência de tabagismo em adolescentes e adultos jovens pertencentes a uma coorte de nascimentos de base populacional. MÉTODOS: Estudo prospectivo de coorte dos nascidos em 1982 na cidade de Pelotas, RS, entrevistados em 1997, 2000-1 e 2005. O desfecho estudado foi o tabagismo, definido como consumo de pelo menos um cigarro na última semana nos acompanhamentos de 1997 e 2000-1. No acompanhamento de 2005, a variável dependente foi tabagismo atual. A análise ajustada foi realizada por meio de regressão de Poisson. RESULTADOS: As prevalências de tabagismo entre homens foram de 5,9%, 20,2% e 27,6% nos acompanhamentos de 1997, 2000-1 e 2005, respectivamente. Os respectivos valores para as mulheres foram 9,3%, 27,5% e 23,6%. A idade média de início do fumo foi de 15,1 anos (dp=2,5). Na análise multivariável, menor escolaridade materna, baixa renda familiar em 1982, ter sido pobre durante todo o período acompanhado e fumo materno na gravidez estiveram significativamente associados com maiores prevalências de fumo em ambos os sexos. A cor da pele não branca associou-se com maior risco de fumo apenas entre as mulheres. A amamentação não mostrou associação com tabagismo. Nas mulheres, o fumo esteve inversamente associado com o peso ao nascer na análise bruta, mas perdeu a significância na ajustada. CONCLUSÕES: A maior concentração de tabagismo nos grupos mais pobres sugere que condutas como o combate ao fumo na gestação e o aumento do preço do cigarro poderiam ter importante impacto populacional.
OBJECTIVE: To assess smoking prevalence in adolescents and young adults of a population-based birth cohort. METHODS: Prospective birth cohort study of infants born in 1982, in the city of Pelotas, Southern Brazil, and interviewed in 1997, 2000-2001 and 2005. In the 1997 and 2000-2001 follow-up visits, the outcome studied was smoking, defined as the consumption of at least one cigarette in the previous week. In the 2005 follow-up visit, the dependent variable was current smoking. Adjusted analysis was performed using Poisson regression. RESULTS: Smoking prevalences among males were 5.9%, 20.2% and 27.6% in the 1997, 2000-2001 and 2005 follow-up visits, respectively. Among females, respective values were 9.3%, 27.5% and 23.6%. Mean age of smoking onset was 15.1 years (SD=2.5). In the multivariate analysis, lower maternal level of education, low income level in 1982, poverty during the follow-up period and maternal smoking were significantly associated with higher smoking prevalences in both sexes. Being non-white was associated with higher risk of smoking among females exclusively. Breastfeeding was not associated with smoking. Among females, smoking was inversely associated with birth weight in the crude analysis, but lost its significance in the adjusted analysis. CONCLUSIONS: Higher incidence of smoking in poorer groups suggests that behavior such as avoiding smoking during pregnancy and increasing cigarette prices can have an important population impact.
OBJETIVO: Evaluar la prevalencia de tabaquismo en adolescentes y adultos jóvenes pertenecientes a una cohorte de nacimientos de base poblacional. MÉTODOS: Estudio prospectivo de cohorte de los nacidos en 1982 en la ciudad de Pelotas, RS, entrevistados en 1997, 2000-1 y 2005. El desenlace estudiado fue el tabaquismo, definido como consumo de al menos un cigarro en la última semana en los acompañamientos de 1997 y 2000-1. En el seguimiento de 2005, la variable dependiente fue tabaquismo actual. El análisis ajustado fue realizado por medio de regresión de Poisson. RESULTADOS: Las prevalencias de tabaquismo entre hombres fueron de 5,9%, 20,2% y 27,6% en los seguimientos de 1997, 2000-1 y 2005, respectivamente. Los respectivos valores para las mujeres fueron 9,3%, 27,5% y 23,6%. La edad promedio de inicio de fumar fue de 15,1 años (dp=2,5). En el análisis multivariable, menor escolaridad materna, baja renta familiar en 1982, haber sido pobre durante todo el período acompañado y el fumar de la madre durante el embarazo estuvieron significativamente asociados con mayores prevalencias de fumar en ambos sexos. El color de la piel no blanca se asoció con mayor riesgo de fumar entre las mujeres. El amamantamiento no mostró asociación con el tabaquismo. En las mujeres, el fumar estuvo inversamente asociado con el peso al nacer en el análisis bruto, pero perdió la significancia en el ajustado. CONCLUSIONES: La mayor concentración de tabaquismo en los grupos más pobres sugiere que conductas como el combate al fumar en la gestación y el aumento de precio del cigarro podrían tener importante impacto poblacional.