O presente estudo, descritivo teve como objetivo mapear a pesquisa em saúde mental no Brasil, fornecendo uma visão de infraestrutura, financiamento e políticas em saúde mental das pesquisas. O estudo faz parte do Projeto Atlas da Organização Mundial da Saúde realizado nos países de média e baixa renda per capita, entre os anos de 1998-2002. A coleta de dados incluiu a avaliação de documentos governamentais e páginas da web, e questionários enviados para os profissionais chave para fornecer informações acerca da infra-estrutura de pesquisa em saúde mental no Brasil. No ano de 2002, o orçamento total para a pesquisa em saúde foi de 101 milhões de dólares, dos quais 3,4 milhões (3,4%) foram aplicados em Pesquisa para Saúde Mental. As principais fontes financiadoras para pesquisa mental foram a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp, 53,2%) e o Ministério da Educação (CAPES, 30,2%). A proporção de doutores é de 1,7 por um mil habitantes, e a taxa de psiquiatras é de 2.7 por 100 mil habitantes, estimadas pelo censo de 2000. Em 2002, havia 53 cursos de pós-graduação direcionados a educação em saúde mental no Brasil (43 em psicologia, seis em psiquiatria, três em psicobiologia e um em enfermagem psiquiátrica, com 1.775 alunos sendo treinados no Brasil e 67 no exterior. Há nove programas dedicados para a psiquiatria, neuropsiquiatria, psicobiologia e saúde mental no País, sete deles localizados na região Sudeste. No período de cinco anos, 186 estudantes receberam o título de doutor (37 por ano) e 637 artigos foram publicados em revistas indexadas no Institute for Scientific Information (ISI). O investimento canalizado para os programas de pós-graduação na formação de recursos humanos, por meio de bolsas de estudos e fomento à pesquisa, tem permitido ao País uma modesta, mas crescente presença na pesquisa em saúde mental no cenário internacional.
The objective of this descriptive study was to map mental health research in Brazil, providing an overview of infrastructure, financing and policies mental health research. As part of the Atlas-Research Project, a WHO initiative to map mental health research in selected low and middle-income countries, this study was carried out between 1998 and 2002. Data collection strategies included evaluation of governmental documents and sites and questionnaires sent to key professionals for providing information about the Brazilian mental health research infrastructure. In the year 2002, the total budget for Health Research was US$101 million, of which US$3.4 million (3.4) was available for Mental Health Research. The main funding sources for mental health research were found to be the São Paulo State Funding Agency (Fapesp, 53.2%) and the Ministry of Education (CAPES, 30.2%). The rate of doctors is 1.7 per 1,000 inhabitants, and the rate of psychiatrists is 2.7 per 100,000 inhabitants estimated 2000 census. In 2002, there were 53 postgraduate courses directed to mental health training in Brazil (43 in psychology, six in psychiatry, three in psychobiology and one in psychiatric nursing), with 1,775 students being trained in Brazil and 67 overseas. There were nine programs including psychiatry, neuropsychiatry, psychobiology and mental health, seven of them implemented in Southern states. During the five-year period, 186 students got a doctoral degree (37 per year) and 637 articles were published in Institute for Scientic Information (ISI)-indexed journals. The investment channeled towards postgraduate and human resource education programs, by means of grants and other forms of research support, has secured the country a modest but continuous insertion in the international knowledge production in the mental health area.