Resumo O presente estudo analisa, através de uma abordagem qualitativa, as representações sociais da Dieta Mediterrânea, a partir de discursos de um grupo de nutricionistas e outro de mulheres leigas de nacionalidade espanhola residentes na cidade de Barcelona (Catalunha, Espanha). A comparação dos discursos permite compreender como um grupo profissional e um grupo leigo incorporam discursos médicos e sociais em suas práticas alimentares. Na modernidade alimentar, o processo de medicalização da alimentação contribuiu com a emergência progressiva de uma racionalidade científica-nutricional. Nesse contexto, a Dieta Mediterrânea se enquadra no campo da medicina, encarnando de forma utópica uma norma nutricional e moral. Ao mesmo tempo, a modernidade alimentar, caracterizada por transformações sociais como a industrialização e a instauração de espaços comuns transnacionais, provocou uma espécie de nostalgia em relação à determinadas práticas alimentares consideradas como “tradicionais”. A Dieta Mediterrânea ganha assim importância como uma herança cultural a ser protegida. Percebemos, portanto, nesse caso concreto, que os discursos médicos e sociais se fundem, se complementam e se confundem, criando novas normas, representações e práticas alimentares.
Abstract This study analyses, through a qualitative approach, the social representations about Mediterranean Diet of Spanish dieticians and laywomen living in Barcelona (Catalonia, Spain). The comparison between their discourses allows understanding how a professional group and a lay group deal with, and incorporate, social and medical discourses in eating practices. In food modernity, the process of medicalization of food contributed to a progressively emergence of a scientific-nutritional rationality. In that context, the Mediterranean Diet seems to embody, in a utopic way, a nutritional and moral norm. At the same time, this food modernity, characterized by social transformations such as industrialization and the establishment of a common transnational space, provoked a nostalgia concerning some eating practices perceived as “traditional”. Therefore, the Mediterranean Diet becomes important as a cultural heritage to be protected. Hence, we may realize that social and medical discourses merge, complement and blend, creating new food norms, representations and practices.
Resumen El presente estudio analiza, a través de una aproximación cualitativa, las representaciones sociales de la Dieta Mediterránea a partir de los discursos de dietistas y mujeres legas de nacionalidad española que residen en la ciudad de Barcelona (Cataluña, España). La comparación de los discursos permite comprender cómo un grupo profesional y un grupo lego manejan e incorporan discursos médicos y sociales en sus prácticas alimentarias. En la modernidad alimentaria, el proceso de medicalización de la alimentación ha contribuido a la emergencia progresiva de una racionalidad científica-nutricional. En este contexto la Dieta Mediterránea emerge en el campo médico encarnando de forma utópica una norma nutricional y moral. Al mismo tiempo, la modernidad alimentaria caracterizada por transformaciones sociales, como la industrialización y la instauración de espacios comunes transnacionales, ha provocado una especie de nostalgia respecto a ciertas prácticas alimentarias consideradas “tradicionales”. En este contexto, la Dieta Mediterránea gane importancia como una herencia cultural a proteger. En este caso, percibimos que los discursos médicos y sociales se fusionan, se complementan y se confunden, generando nuevas normas, representaciones y prácticas alimentarias.