Resumo Introdução A biópsia do epitélio olfatório tem sido útil para estudar diversas doenças otorrinolaringológicas e neurológicas, incluindo seu potencial para melhor compreender a fisiopatologia por trás das manifestações olfatórias na COVID‐19. No entanto, a segurança e eficácia da técnica de obtenção de epitélio olfatório humano ainda não estão totalmente estabelecidas. Objetivos Este estudo teve como objetivo determinar a segurança e eficácia da coleta de células do epitélio olfatório, feixes nervosos e epitélio olfatório adequados para análise morfológica, no septo nasal superior. Método Durante a cirurgia nasal, 22 indivíduos sem queixas olfatórias foram submetidos a biópsias de epitélio olfatório do septo nasal superior. A eficácia da obtenção de epitélio olfatório, a verificação de epitélio olfatório íntegro e a presença de feixes nervosos nas biópsias foram avaliadas por imunofluorescência. A segurança da função olfatória foi testada psicofisicamente usando testes unilaterais e bilaterais antes e um mês após o procedimento cirúrgico. Resultados Epitélio olfatório foi encontrado em 59,1% dos sujeitos. Das amostras, 50% apresentaram a qualidade necessária para a caracterização morfológica e 90,9% continham feixes nervosos. Não houve diferença nos escores psicofísicos obtidos no teste olfatório bilateral (University of Pennsylvania Smell Identification Test [UPSIT®]) entre as médias antes da biópsia: 32,3 vs. pós‐operatório: 32,5, p = 0,81. Além disso, nenhuma diminuição significante ocorreu no teste unilateral (escore médio do teste unilateral 6 vs. 6,2, p = 0,46). Não houve redução significante na identificação de nenhum dos 56 odorantes diferentes (p > 0,05). Conclusão A técnica descrita para biópsia de epitélio olfatório é altamente eficaz na obtenção de tecido olfatório neuronal, mas tem eficácia moderada na obtenção de amostras adequadas para análise morfológica. A capacidade olfativa permaneceu intacta.
Abstract Introduction Olfactory epithelium biopsy has been useful for studying diverse otorhinolaryngological and neurological diseases, including the potential to better understand the pathophysiology behind COVID-19 olfactory manifestations. However, the safety and efficacy of the technique for obtaining human olfactory epithelium are still not fully established. Objective This study aimed to determine the safety and efficacy of harvesting olfactory epithelium cells, nerve bundles, and olfactory epithelium proper for morphological analysis from the superior nasal septum. Methods During nasal surgery, 22 individuals without olfactory complaints underwent olfactory epithelium biopsies from the superior nasal septum. The efficacy of obtaining olfactory epithelium, verification of intact olfactory epithelium and the presence of nerve bundles in biopsies were assessed using immunofluorescence. Safety for the olfactory function was tested psychophysically using both unilateral and bilateral tests before and 1 month after the operative procedure. Results Olfactory epithelium was found in 59.1% of the subjects. Of the samples, 50% were of the quality necessary for morphological characterization and 90.9% had nerve bundles. There was no difference in the psychophysical scores obtained in the bilateral olfactory test (University of Pennsylvania Smell Identification Test [UPSIT®]) between means before biopsy: 32.3 vs. postoperative: 32.5, p= 0.81. Also, no significant decrease occurred in unilateral testing (mean unilateral test scores 6 vs. 6.2, p= 0.46). None out of the 56 different odorant identification significantly diminished (p> 0.05). Conclusion The technique depicted for olfactory epithelium biopsy is highly effective in obtaining neuronal olfactory tissue, but it has moderate efficacy in achieving samples useful for morphological analysis. Olfactory sensitivity remained intact.