Este estudo compara os fatores sócio-demográficos, características biológicas das mães e a qualidade da assistência prestada em maternidades do Município do Rio de Janeiro. Participaram da amostra 10.072 gestantes que se hospitalizaram para o parto em 47 instituições selecionadas, no período 1999-2001. Dados foram coletados de entrevistas com as mães no pós-parto e de consulta aos prontuários médicos. Utilizou-se o teste chi2 para analisar a homogeneidade das proporções. São diferenciadas as condições de vida, de atenção ao parto e nascimento no Município do Rio de Janiero, sendo mais favoráveis no grupo social que utiliza os serviços de saúde das maternidades privadas, embora persistindo ali uma excessiva proporção de cesáreas e de transferência de recém-nascidos. O estrato composto pelas maternidades federais e municipais recebe a clientela materna e infantil com maior morbi-mortalidade, oferece acompanhamento de familiares na internação, obtendo das mães uma avaliação da atenção recebida mais positiva do que o outro segmento do SUS. As maternidades do estrato 2, representadas majoritariamente pelas instituições particulares conveniadas com o SUS, são as que mais recusam parturientes, produzindo um retardo no acompanhamento do trabalho de parto.
This study compares socio-demographic factors, mothers' biological characteristics, and quality of care at maternity hospitals in the City of Rio de Janeiro, Brazil. A sample of 10,072 post-partum women in 47 hospitals was selected. Data were collected by interviewing mothers in the immediate post-partum and from medical records. The chi2 test was used to analyze homogeneity of ratios. Significant differences were found between patients in public and private hospitals in relation to family support, healthy habits during pregnancy, reproductive history, access to and satisfaction with prenatal care and delivery, and particularly adverse effects in the newborns. Private maternity hospitals showed better results, although they displayed excessive cesarean and neonatal inter-hospital transfer rates. The stratum consisting of public Federal and State maternity hospitals received women with greater morbidity, had lower neonatal transfer rates, and received a more positive assessment by clients of the Unified National Health System (SUS). Private maternity centers contracted out by the SUS were the ones that most refused treatment to patients, leading to delays in patient care for delivery.