Resumo A família Asteraceae figura como um interessante alvo para a busca de alternativas naturais para proteção das safras. Muitas espécies da família Asteraceae crescem como plantas daninhas, e são capazes de influenciar o desenvolvimento de outras espécies através do fenômeno de alelopatia. Sendo assim, o propósito desta revisão é investigar na literatura os principais gêneros e espécies da família Asteraceae envolvidos com potencial alelopático ou fitotóxico, bem como as classes de metabólitos secundários responsáveis por tal atividade. Artemisia, Ambrosia, Bellis, Bidens, Helianthus e Tagetes foram identificados como os principais gêneros com atividade alelopática ou fitotóxica. Dentre os metabólitos secundários da família, terpenos, poliacetilenos, saponinas, lactonas sesquiterpênicas, ácidos fenólicos e flavonoides foram descritos como os responsáveis pela inibição do desenvolvimento de outras espécies vegetais. Além disso, o potencial fitotóxico de Acmella oleracea e Sphagneticola trilobata contra as espécies daninhas Calopogonium mucunoides e Ipomoea purpurea foi descrito pela primeira vez. Na concentração de 0,2 mg/mL, todas as frações de A. oleracea inibiram acima de 60% do crescimento das raízes de C. mucunoides. E o extrato hidroalcóolico e as frações de S. trilobata, com exceção da hexânica, afetaram significativamente o crescimento das raízes de I. purpurea, com variação do efeito de inibição de 38 ± 14% a 59 ± 8%, em diferentes concentrações (0,19 mg/mL a 1,13 mg/mL).
Abstract Asteraceae family is as an interesting target for researching natural alternatives for crop protection. Many species from this family grow as weeds, and some of them can influence the development of other species by the allelopathy phenomenon. This paper aimed to review the literature for the main genera and species of the Asteraceae family with allelopathic or phytotoxic potential, as well as the classes of secondary metabolites present in this family and responsible for such activity. Artemisia, Ambrosia, Bellis, Bidens, Helianthus and Tagetes were identified as the main genera with phytotoxic or allelopathic activity. Among the secondary metabolites from this family, terpenes, polyacetylenes, saponins, sesquiterpene lactones, phenolic acids and flavonoids were described as responsible for inhibiting the development of other species. In addition, the phytotoxic potential of Acmella oleracea and Sphagneticola trilobata against the weeds Calopogonium mucunoides. and Ipomoea purpurea was described for the first time. At 0.2 mg/mL, crude extract and fractions of A. oleracea inhibited above 60% of C. mucunoides root growth. Hydroalcoholic extract and fractions of S. trilobata, except hexane, significantly affected I. purpurea root growth, ranging from 38 ± 14% to 59 ± 8% of inhibitory effect at different concentrations (0.19 mg/mL to 1.13 mg/mL).