OBJETIVO: a proposta desse trabalho foi analisar a fidelidade dos traçados predictivos realizados para cirurgias ortognáticas, por meio de análise cefalométrica do pré e pós-operatório de sete dias, em pacientes submetidos à correção de deformidade mandibular. MÉTODOS: foram utilizadas telerradiografias cefalométricas de perfil de 17 pacientes submetidos à cirurgia ortognática de mandíbula. Foram realizados traçados cefalométricos do pré e do pós-operatório de 7 dias com marcação dos pontos côndilo (Co), pogônio (Pog), goníaco (Go), mento (Me), ponto B (B) e incisivo (I). A análise foi baseada na diferença obtida pela sobreposição dos traçados pré-operatório, predictivo e pós-operatório. Os pontos foram projetados em um plano cartesiano para medição das suas distâncias em milímetros. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística por meio do teste t de Student pareado (± = 0,05). RESULTADOS: no eixo horizontal, foi observada diferença média, entre a mudança planejada e a obtida nos traçados cefalométricos pós-operatórios, estatisticamente significativa nos pontos Pog (p = 0,014) e I (p = 0,008). No eixo vertical, não verificou-se diferença estatística significativa para os pontos cefalométricos marcados (p > 0,05). CONCLUSÕES: o traçado predictivo contribuiu para a avaliação pré-operatória do paciente e, consequentemente, para a otimização do tratamento. Entretanto, ele não se mostrou totalmente fiel nos casos analisados, com leve subestimação das alterações esqueléticas horizontais. Essas alterações devem ser consideradas no planejamento e acompanhamento pós-operatório dos pacientes submetidos à cirurgia ortognática em mandíbula.
OBJECTIVE: The purpose of this study was to assess the accuracy of cephalometric prediction tracings-performed for orthognathic surgery-by means of the cephalometric analysis of preoperative and seven-day postoperative tracings, in patients subjected to correction of mandibular deformities. METHODS: The lateral cephalograms of 17 patients who had been submitted to mandibular orthognathic surgery, three years earlier, were used. Cephalometric tracings were performed in the preoperative and seven-day postoperative periods and the following landmarks were traced: condyle (Co), pogonion (Pog), gonial (Go), menton (Me), B (B) and incisor (I). The analysis was based on the difference obtained by superimposing preoperative, prediction and postoperative tracings. The landmarks were projected onto a Cartesian plane for measuring distances between points in millimeters. The data were statistically analyzed using the paired Student t test (a = 0.05). RESULTS: A statistically significant mean difference was observed between the planned change and the change effectively achieved in the postoperative cephalometric tracings for points Pog (p = 0.014) and I (p = 0.008) on the horizontal axis. No statistically significant difference was found for the aforementioned cephalometric points on the vertical axis (p > 0.05). CONCLUSIONS: Cephalometric prediction tracings contributed to the preoperative evaluation of the patients and consequently to treatment optimization. However, they was not entirely reliable in these cases due to a slight underestimation of horizontal skeletal changes. These changes should be considered in planning and postoperative follow-up of patients subjected to orthognathic surgery in the mandible.